Moacir e os aviões, ‘King Kong’ e animais gigantes em posto no interior de SP
João Lucas Martins
REGENTE FEIJÓ (SP) “Isso aí é tudo sonho. Minha vida é um sonho”. É assim que o empresário Moacir Adelino Barbosa, 65, explica sua excentricidade ao transformar um posto de combustíveis e restaurante em uma espécie de “point turístico” às margens da rodovia Raposo Tavares, em Regente Feijó, na região oeste do estado de São Paulo.
A ideia começou quando o movimento estava abaixo do esperado, em 2009 . Foi então que decidiu colocar do lado de fora do posto a réplica de uma girafa feita de gesso, confeccionada por um artista do Paraná.
“As pessoas começaram a parar para tirar fotos. Comprei mais réplicas e o ‘trem andou’. Fui investindo cada vez mais”, afirma Barbosa.
Hoje, o local conta com dois aviões de pequeno porte e um helicóptero reais, mas já fora de uso. Também há bois, carroças, cavalos, aves, um hipopótamo e até um grande King Kong, todos eles feitos de gesso e madeira.
Com a quantidade cada vez maior de clientes o empresário transformou o local em em 2014 o local ganhou forma em um complexo que reúne hotel, padaria, lojas de móveis, de comida, roupas, sapatos, utensílios domésticos e decorações.
Durante sua vida, o empresário já teve altos e baixos, mas diz que nunca perdeu a vontade de empreender. Natural de Gardênia, distrito da cidade vizinha de Rancharia, Barbosa colhia algodão para seu pai, sem recursos para contratar trabalhadores que o ajudassem. “O normal de colher algodão é cerca de seis arrobas no dia. Eu colhia dez pra ajudar meu pai”.
Quando mais velho, pegou gosto pela cozinha e surgiu a ideia de ter um negócio. “Eu falava que um dia eu ia montar um restaurante pra entupir o povo de comida, pra ter fartura. E deu certo”.
O último projeto do empresário é recente, a inaugurar em 2020. Ele pretende montar ao todo doze quartos de hotéis em dois boeings, que estão “estacionados” ao lado do posto à beira da rodovia, que são facilmente vistos pelos motoristas que passam pela estrada.
São dois modelos 727-200F, fabricados em 1978 e 1979, respectivamente. As aeronaves, com prefixos PR-RLJ e PR-IOG, eram, segundo Moacir, aviões de carga da empresa Rio Linhas Aéreas. Os aviões estavam parados e inutilizados em Curitiba (PR).
“Eu sempre gostei de avião. E sabe? O pobre não chega perto do avião. Vê só no aeroporto, e de longe”, disse Moacir.
Para Moacir, é o atrativo que chama o público para o comércio, e todo negócio deve ter um. “O Brasil tem que ser diferente. A gente já copiou muito. É difícil, mas eu procuro não copiar”.