Maior parque de Curitiba gera quase R$ 40 milhões por ano em consumo
POR ESTELITA HASS CARAZZAI, DE CURITIBA
Maior parque da capital paranaense e conhecido como “a praia dos curitibanos”, o Parque Barigui, criado em 1972, gera cerca de R$ 37 milhões ao ano em consumo na economia local pelos visitantes.
Esse dinheiro é gasto no comércio –por exemplo, com lanches, sorvetes e souvenirs turísticos. O valor também considera o efeito multiplicador do consumo, já que quem vende vai voltar a gastar na mesma cidade.
O valor é quatro vezes mais que os gastos do visitante do Parque da Vila Velha, em Ponta Grossa (a 80 km de Curitiba) –um patrimônio estadual com formações rochosas de milhões de anos.
Os dados são de estudo da Fundação Boticário de Proteção à Natureza, que estimou os benefícios econômicos e sociais gerados por unidades de conservação.
Fatores como a proteção do solo, o retorno de imagem, a geração de água e energia elétrica para a população e a contratação de pessoal para manutenção dos parques foram alguns dos elencados no estudo.
No caso do Parque Barigui, esses benefícios foram estimados em R$ 43 milhões por ano.
O local recebe, em média, quase 9 milhões de visitantes, que praticam esportes, caminham e fazem piqueniques ao redor do lago, criado para evitar alagamentos do rio Barigui e a ocupação irregular de suas margens. É um dos 44 parques e bosques de Curitiba.
VALORIZAÇÃO
O objetivo, segundo a organização, foi criar uma metodologia que demonstre o impacto econômico das unidades, de forma a valorizar sua preservação. “Isso permite que a sociedade valorize a existência e a manutenção dessas áreas, entendendo que conservação é um bom negócio”, diz a coordenadora de áreas protegidas da organização, Marion Silva.
Além do consumo por visitante, o estudo mediu também a economia que as unidades representam na preservação do meio ambiente, por exemplo.
O Parque Estadual Pico do Marumbi, na Serra do Mar, gera uma economia estimada de R$ 575 mil por ano, por meio da conservação de encostas e estabilidade do solo. Esse é o valor que teria que ser investido em dragagem nos municípios vizinhos à serra, caso não houvesse a cobertura florestal. Por causa disso, o parque favorece a instalação de empreendimentos nessas cidades, como Paranaguá, onde está um dos maiores portos do país.
Já o maior parque do Paraná, o Parque Estadual das Lauráceas, na região metropolitana de Curitiba, promove o sequestro de 500 mil toneladas de carbono por ano –valor estimado em R$ 13,8 milhões.
O estudo foi feito em parceria com o governo do Paraná e a Prefeitura de Curitiba, sem custo para o poder público. A metodologia está disponível no site da fundação Boticário.