Primeiro brasileiro vacinado contra a dengue teve mais de 400 amigos infectados
ENVIADA ESPECIAL A PARANAGUÁ (PR)
O paranaense Wallace Domingues, 35, perdeu a conta de quantos amigos tiveram dengue no último ano. “Ih, mais de 400”, afirma. Irmã, pai e cunhado foram infectados. Um de seus melhores amigos morreu pela doença.
Primeiro brasileiro vacinado contra a dengue, o próprio Domingues pegou o vírus duas vezes. “É uma dor de cabeça tremenda. Parece que não vai passar nunca”, diz. “E da segunda vez, é pior”.
“Foi a combinação perfeita para o mosquito: calor, chuva e umidade”, diz o prefeito Edison Kersten (PMDB), que também é médico.
Em Paranaguá, em três dias, o Aedes aegypti completava seu ciclo de vida, de ovo a inseto –normalmente, leva dez.
Um centro de emergência contra a doença foi montado. No pico da epidemia, mais de 1.500 pessoas eram atendidas por dia.
Paranaguá foi escolhida para o início da campanha de vacinação. Devido ao grau de incidência da doença, serão atendidas pessoas entre 9 e 44 anos –na maior parte das cidades, a vacina é restrita ao público entre 15 e 27 anos.
“[A vacina] é uma vitória muito grande. Mas a população também tem que botar a mão na cabeça e combater o mosquito”, diz Domingues.
Ele integra um grupo de voluntários que faz a limpeza da cidade e o combate aos focos de dengue. “Se não tiver consciência, não adianta”.