Prefeitos de seis capitais buscam novos partidos para reeleição

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JOÃO PEDRO PITOMBO
DE SALVADOR

Em busca de partidos com mais autonomia e tempo de propaganda eleitoral na TV, prefeitos de pelo menos seis capitais devem trocar de partido para disputar a reeleição em 2016.

A temporada de mudanças foi iniciada em maio deste ano quando o prefeito de Palmas (TO), Carlos Amastha, trocou o PP pelo PSB.

Os prefeitos de outras cinco capitais –Salvador, Fortaleza, Maceió, São Luís e Campo Grande– estão com negociações em andamento e devem mudar de partido nos próximos meses.

Segundo a legislação eleitoral, os políticos que queriam disputar as eleições de 2016 têm até outubro de 2015 para filiar-se a um partido.

Gestor da terceira maior capital do país, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), está com negociações abertas com PMDB e PSDB para disputar a reeleição.

Após ver naufragar a tentativa de fusão do DEM com o PTB, o baiano busca um partido com maior musculatura. A ideia é não repetir o cenário de 2012, quando teve um tempo de propaganda três vezes menor que o petista Nelson Pelegrino.

A mudança, contudo, esbarra na pretensão de ACM Neto de ter o controle do novo partido: o PMDB é comandado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima e o PSDB pelos deputados Jutahy Júnior e Antônio Imbassahy.

Em Fortaleza, o prefeito Roberto Cláudio (Pros) está com negociações avançadas para migrar para o PDT junto com os seus padrinhos políticos Cid e Ciro Gomes, ambos ex-ministros e ex-governadores. Procurados, os irmãos Gomes negaram a troca de partido.

O prefeito da capital cearense chegou cogitar um retorno ao PSB, partido pelo qual foi eleito em 2012, mas a pretensão acabou esbarrando na direção nacional do partido.

“Não queremos este grupo de volta”, afirmou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que há três semanas assinou filiação do ex-deputado Roberto Pessoa, inimigo político dos irmãos Ferreira Gomes.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, confirma as negociações. Caso concretizada, a filiação de Roberto Cláudio deve implodir a pretensão do deputado Heitor Férrer (PDT) de disputar a prefeitura da capital pela segunda vez. Em 2012, ele terminou as eleições em terceiro lugar.

Outro prefeito de malas prontas é Edivaldo Holanda Júnior (PTC), que vai disputar a reeleição em São Luís (MA) pelo PDT com apoio do governador Flávio Dino (PCdoB).

“A filiação de Edivaldo já é certa. Só falta marcar da data”, afirmou à Folha Carlos Lupi.

ISOLADOS

Enquanto alguns prefeitos buscam mais tempo de propaganda eleitoral, outros tentam mudar de partido para romper o isolamento político e a baixa popularidade.

É o caso do prefeito de Maceió (AL), Rui Palmeira (PSDB), que negocia uma mudança para o PSB, conforme confirma o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira.

Isolado no ninho tucano, Palmeira busca no PSB novo fôlego para disputar a reeleição no próximo ano, quando deve enfrentar um candidato do grupo do governador Renan Filho (PMDB).

Já Campo Grande (MS), o prefeito Gilmar Olarte busca um abrigo após ter sido expulso do PP em janeiro deste ano.

Acossado por denúncias de corrupção e brigado com a cúpula do PP, o prefeito mira o PMDB, mas pode acabar disputando novo mandato por um partido menor ou até desistir de concorrer à reeleição.

Confira os prefeitos que já mudaram ou podem mudar de partido:
Salvador – ACM Neto – Sai do DEM e pode entrar no PMDB ou PSDB
Fortaleza – Roberto Cláudio – Sai do Pros e pode entrar no PDT
São Luís – Edivaldo Holanda Jr. – Sai do PTC e pode entrar no PDT
Maceió – Rui Palmeira – Sai do PSDB e pode entrar no PSB
Palmas – Carlos Amastha – Saiu do PP e entrou no PSB
Campo Grande – Gilmar Olarte – Saiu do PP e pode entrar no PMDB