‘Falam que sou louco’, diz vereador que quer vetar chip em humanos

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POR MARCELO TOLEDO, DE RIBEIRÃO PRETO (SP)

Um vereador de Santa Bárbara d’Oeste (SP) apresentou um polêmico projeto de lei à Câmara para vetar no município o implante de microchips ou outros dispositivos eletrônicos em seres humanos.

Na entrevista abaixo, o evangélico Carlos Fontes (PSD) fala sobre sua proposta:

Por que o senhor apresentou esse projeto polêmico?
Vejo a repercussão, que está sendo grande, como positiva. Independentemente de algumas publicações em redes sociais de que fiquei louco, que sou aloprado, vejo como positivo. Não é uma conclusão minha, está no Apocalipse, capítulo 13, versículos 16 a 18. Um cientista norte-americano crê que o chip é o sinal falado na Bíblia, da marca da besta. Mas não está em questão a religião. A Bíblia é usada por evangélicos, católicos e outros segmentos. O Obama aprova a microchipagem e há matérias por aí dizendo que uma empresa da Suécia faz chipagem humana. Nós não somos contra a informática, a tecnologia. Somos contra o chip no ser humano.

A Bíblia não fala em microchip…
A Bíblia não fala em microchip, faço é uma interpretação dela. Há boatos de que a ONU (Organização das Nações Unidas) estaria discutindo isso, causando insegurança nas pessoas. Não são afirmações, são especulações. Por isso fez o projeto aqui. Ele é polêmico, divide opiniões.

Ninguém, em momento algum, falou em microchipar a população de Santa Bárbara…
Do povo ao redor do mundo já ouvimos bastante. De Santa Bárbara não, nunca ouvi. Por isso seria uma medida para prevenir a população. Para chamar a atenção de que isso é antibíblico. Quem aceitar, estará aceitando a marca da besta. Deixo claro para quem fala que estou ‘viajando’ que não dormi, levantei e decidi fazer isso. Foi através de muitos estudos, de leitura bíblica. Perdi muitas noites de sono buscando informações sobre os microchips. Que vai acontecer biblicamente, vai. A gente não vai mudar a Bíblia. Foi Deus que disse. Nós não vamos mudar o que Deus determinou. Mas, se a gente puder orientar as pessoas, chamar a atenção para se voltarem mais a Deus e ler a Bíblia, melhor.

Em redes sociais e nas ruas o senhor tem sido criticado pela proposta. Como avalia os comentários?
Há quem esteja lendo a Bíblia, o que é ótimo, para encontrar o trecho que cito. Outras pessoas, por falta de entendimento, fazem comentários maldosos. Falam que sou louco, aloprado, que endoidei de vez. Mas isso também aconteceu na época de Noé. Quando Deus mandou ele construir a Arca porque mandaria o dilúvio, falaram que ele estava gagá, que tinha pirado. Esses comentários são indiferentes. Recebo com carinho, seja criticando, com maldade ou apoiando a ideia. Aqueles que comentam sem conhecimento cometem equívocos.

O senhor fala no projeto sobre a “nova ordem mundial”. O que é isso para o senhor?
Segundo estudos que a gente vem fazendo nas igrejas evangélicas, mas creio que em outras religiões também, como a católica, fala-se em governo único, mundial, que vai dominar todas as nações do planeta. E que, se as pessoas que viverem na época tiverem marcas na mão e na testa estarão fora dos caminhos de Deus. As que não aceitarem a marca pagariam com suas próprias vidas.

O senhor avalia então que é melhor as pessoas morrerem e pagarem com a própria vida?
Aí teremos a salvação eterna. Vão ficar aqui aquelas que se desviarem do caminho de Deus ou que estiverem brincando com Deus. As que ficarem saberão da marca da besta. Se aceitar a marca, está condenada eternamente. Pagar com a vida é a válvula de escape que vai ter para ter a salvação. Quem fala é a Bíblia. Não falo em fim do mundo, quem sou eu para isso? Só alerto para o que vejo.

O senhor não tem dúvida de que esse suposto chip é a marca da besta?
O chip é o sinal falado na Bíblia, segundo um cientista norte-americano.

E se esse cientista estiver errado?
Noé foi chamado de louco. É melhor prevenir. Pelo fato de as pessoas não acreditarem, pereceram. Só foram salvos Noé, a família dele e os animais. Não estou pregando religião, respeito todos, os que creem e os que não. O país é laico. Agora, dentro da nossa fé, e tendo nossas informações, é importante falar. Pode não ser um chip, pode ser uma tatuagem ou outra coisa do gênero.

O senhor entende ser esse o papel do vereador?
Também é. O papel do vereador é estar antenado com todas as questões. É, também, o de alertar as pessoas, além de outras atribuições, como fiscalizar o dinheiro público, a administração, lutar pela população, cuidar da saúde do povo. Estou alertando para, amanhã ou depois, não ser cobrado de ter tido a chance e não ter alertado a população.