Conheça as novidades tecnológicas apresentadas na Agrishow
MARCELO TOLEDO, DE RIBEIRÃO PRETO
Uma máquina utiliza tecnologia adotada em carros da F-1. Outra oferece ao operador o conforto de automóveis de luxo e menor consumo de combustível. Um avião com mais ergonomia e produtividade para pulverização, movido exclusivamente a etanol, também está entre as opções.
Essas são algumas novidades tecnológicas apresentadas pelas indústrias na edição da Agrishow deste ano, que vai até sexta-feira (1º) em Ribeirão Preto (SP).
Em comum, os novos produtos —tanto uma máquina que custa mais de R$ 1 milhão quanto implementos para a agricultura familiar— têm como objetivo reduzir o consumo e ampliar a produção no campo. Palavras que soam como música para os produtores rurais.
A Embraer apresentará o avião Ipanema 203, evolução do modelo 202, com promessa de aumento de produtividade e melhor custo operacional. Com dois metros a mais de envergadura nas asas, a aeronave terá 20% de ganho na pulverização, segundo Fábio Bertoldi Carretto, gerente comercial do programa da Embraer.
O avião tem novo sistema de ar-condicionado, cinto de segurança com airbag e é mais ergonômico, no assento, alavancas e comandos.
Em fase de certificação, será vendido na versão standard por R$ 1,25 milhão, com motor a etanol.
Já a Massey Ferguson terá uma nova série de colheitadeiras, que deve ser mais produtiva, com motor mais potente e 30% mais econômico, além de conforto para o operador na cabine, com comandos centralizados, ar e assento ergonômico.
“O produtor tem de aproveitar o momento de o produto estar no ponto e o clima ajudando. Por isso, a pessoa fica horas e horas trabalhando. É questão de conforto operacional”, disse Carlito Eckert, diretor comercial da empresa.
O mercado de colheitadeiras também é a aposta da Valtra, que pela primeira vez terá uma máquina do tipo, vendida a R$ 750 mil, com sistema de telemetria, utilizado na Fórmula-1.
“O sistema é um programa para monitorar, desde a fábrica, o comportamento da máquina no campo. Dá para saber em tempo real a situação de 26 pontos, como motor, consumo e pressão do óleo”, afirmou Jak Torretta, diretor de produtos da AGCO.
A Netafim, empresa de origem israelense especializada em irrigação, apresentará um sistema subterrâneo por gotejamento para arroz, após dois anos de estudos em Uruguaiana (RS).
“Hoje, grande parte da irrigação é por inundação, menos eficiente na aplicação de água. Nossa tecnologia mostrou que, de 7,5 toneladas de arroz por hectare, alcançamos 13, usando um terço da água do sistema tradicional”, disse o gerente agronômico Carlos Sanches.
Segundo ele, o sistema se paga entre três e quatro anos, com vida útil de 15 a 20 anos.
A KBM apostará na feira em quatro equipamentos, entre os quais uma colhedora de amendoim —cultura muito usada para fazer a rotação da terra com a cana—, cujo preço chega a R$ 280 mil.
A Dria investe na energia elétrica produzida a partir da cana e apresentará um equipamento que junta a palha que sobra nas lavouras após a colheita e leva para a usina, para gerar energia a partir da queima.