‘Puxadinho’ na areia causa discórdia no litoral norte
JOSÉ MARQUES, EM CARAGUATATUBA
A reconstrução de um muro derrubado pela ressaca do mar em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, vem criando atritos entre moradores e veranistas.
Levantado em dezembro na colônia de férias dos engenheiros do DER (Departamento Estadual de Estradas de Rodagem) na praia de Massaguaçu, o “puxadinho” de muro coleciona protestos dos barraqueiros vizinhos por invadir um trecho da areia.
A diretoria da associação dos engenheiros nega que tenha aproximado o muro do mar. Diz que, ao contrário, aumentou a distância da água, o que é contestado pelos donos de quiosques.
“Eu não posso mexer um metro da minha barraca que sou multado, mas eles fazem isso e não acontece nada. Por quê? Só porque são do governo”, criticou o quiosqueiro Pedro Carlos Cimino.
Junto com outros donos de barracas, ele reclamou da situação para a prefeitura, que ainda não tem solução para o conflito.
No início de janeiro, a administração municipal embargou a obra por falta de licença ambiental e deu prazo de cinco dias para os proprietários da colônia providenciarem documentação. A associação pediu até o fim do mês para apresentá-la.
Inacabada, a obra ainda aguarda uma definição e chama a atenção de turistas que se aproximam do local.
“Não tem como não notar. Invade a passagem do banhista”, diz a vendedora autônoma Mari Ferreira, 46, de Bragança Paulista, que passava o fim de semana em Caraguá.
Em nota, a administração municipal informa que o muro será demolido caso a licença não seja apresentada até o fim de janeiro.