Cantor faz ‘serenata’ a presos da Lava Jato; veja o vídeo

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ESTELITA HASS CARAZZAI, DE CURITIBA

Desde que foi deflagrada a Operação Lava Jato, em março, a sede da Polícia Federal em Curitiba virou ponto de peregrinação de jornalistas, advogados e familiares.

Mas nesta semana um tipo diferente chamou a atenção em frente ao prédio: um cantor, que compôs um sambinha em homenagem à Lava Jato e passou a tocar a música em um cavaquinho azul.

“Lava Jato, Lava Jato, Lava Jato. A Operação Lava Jato está no encalço de mais um carrapato”, começa a canção.

“Tem tanta gente boa trabalhando aí. Merecem respeito”, disse Marcos Moura Badega, 58, que foi à PF para tentar obter uma “autorização oficial” para a letra. Não conseguiu falar com ninguém até agora.

O músico disse que acompanhou a operação pelos jornais e televisão. “Se tem um povo que eu admiro, é repórter. Quando aquela mulher veio aqui entregar água francesa e xingou vocês de urubu… Achei horrível aquilo.” Uma das mulheres dos executivos presos criticou os jornalistas em dia de visita à carceragem, em novembro.

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Badega escreveu a música numa folha sulfite, à caneta, no balcão da PF. Toda vez que cantava, pedia para alguém segurar o papel. “Ainda não decorei”, justifica.

“É complicado porque Lava Jato termina com ATO”, comenta o compositor. “É ruim de rimar, é difícil.”

Parece mesmo. A letra avança dizendo que a operação “socorreu mais um pato agarrado com gato e fugindo do rato” e depois avança para “prendeu gente bacana para ficar em cana”.

Badega tinha um adesivo do ex-candidato Aécio Neves (PSDB) colado em frente ao cavaquinho. Quando foi filmado, disse: “Ih, mas vai pegar mal, né?”. Foi ao banheiro e, com água, tirou o adereço.

“Eu votei nele, mas não tem nada a ver”, afirmou, sobre um eventual interesse partidário na canção. “Fiz a música como cidadão.”

O cantor diz que quer gravar um CD com suas canções. “Tem a do mensalão, a da PEC 37, do petrolão”, conta. “A Lava Jato é mais uma.”