Norte do país teve a campanha mais cara para governador
JULIANA COISSI, DE SÃO PAULO
Pouco populoso, extenso e com dificuldades de deslocamento, o Norte do país concentrou os Estados mais caros para os candidatos a governador nas eleições deste ano.
Considerando os gastos de campanha, o voto para governador no Brasil custou em média R$ 4,45 por eleitor, segundo dados tabulados pela Folha com base na prestação de contas apresentadas pelas candidaturas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Em Roraima, porém, os candidatos desembolsaram bem mais. A campanha mais cara do país, ao custo de R$ 29,27 por eleitor, foi arcada pelo PSB de Chico Rodrigues, que tentou, sem sucesso, se reeleger. Também em vão, o PT de Angela Portela investiu R$ 14,70 com cada um dos 299 mil eleitores. Para a vitoriosa Suely Campos (PP), a campanha saiu mais barata: R$ 2,25 por eleitor.
A administração de Roraima, aliás, sofre turbulência. O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) cassou no início de novembro o atual mandato de Rodrigues por gastos ilícitos em campanha, mas nova decisão do tribunal o mantém no cargo até julgamento de recurso que ele apresentou à Justiça.
Rondônia teve a segunda campanha mais cara do país, proporcionalmente. O PMDB investiu R$ 15,58 por eleitor e conseguiu eleger Confúcio Moura.
Na sequência de campanhas mais caras, aparece o Mato Grosso do Sul. Delcídio do Amaral (PT) gastou R$ 14,66 por eleitor, mas quem venceu foi Reinaldo Azambuja (PSDB), com a quinta campanha mais cara do país, proporcionalmente: R$ 13,92 por eleitor.
Fernando Pimentel, petista eleito em Minas Gerais, teve a campanha mais cara do Brasil em valores absolutos: R$ 52,1 milhões. Mas como Minas tem o segundo maior colégio eleitoral do país, com 15,2 milhões de eleitores, cada um custou ao PT em Minas R$ 3,42.
MAIOR INVESTIMENTO
Entre todos os partidos, o PT foi que mais gastou com as campanhas de seus 17 candidatos a governador: R$ 313,6 milhões. Conseguiu vitória em MG, BA, AC, PI e CE.
Em seguida, aparece o PMDB, com gastos de R$ 309,3 milhões na campanha de 18 governadores e o PSDB, que investiu R$ 207,1 milhões em candidaturas próprias em 12 Estados.
Por outro lado, o partido mais “pão-duro” do país foi o PCO, que gastou R$ 4.873,32 com campanhas a governador em quatro Estados.
O PSOL foi onipresente nas eleições para governador. O partido decidiu lançar candidato próprio em todos os 26 Estados e no Distrito Federal. Não venceu em nenhum deles. O gasto total foi de R$ 1,296 milhão.
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