Cidade paulista lança ‘disque-árvore’ para plantar ipês e outras mudas
LUCAS SAMPAIO, DE CAMPINAS
Os moradores de Santa Bárbara d’Oeste, cidade a 135 km de São Paulo, agora podem pedir por telefone para ter uma árvore plantada gratuitamente na calçada de casa. A novidade existe desde que a prefeitura lançou um “disque-árvore” para melhorar a arborização da cidade.
Para ser contemplado, basta ligar para o telefone (19) 3464-9010 ou preencher um cadastro no site da Prefeitura de Santa Bárbara. Em até um mês, uma equipe da Secretaria de Ambiente do município vai até a casa do barbarense, abre um quadro na calçada e planta a árvore, sem custo.
Serviços semelhantes já existem no Estado em São Carlos e Fernandópolis.
Em Santa Bárbara, a medida faz parte do plano de arborização urbana da prefeitura, e as espécies disponíveis para o plantio são: aldrago, calabura, cassia-imperial, escova-de-garrafa, grevilha-anã, ipê-amarelo, ipê-branco, jacarandá-mimoso, melaleuca, magnólia-amarela, oiti, pata-de-vaca, pau-ferro, quaresmeira, resedá e sibipiruna.
“O morador podia fazer o pedido, mas desconhecia isso”, diz Fábio Diniz, biólogo da Secretaria municipal de Ambiente. “Antes, a gente tinha duas solicitações por mês –quando tinha. No primeiro mês [do “disque-árvore”], foram quase 70 pedidos. O que precisava era ter um mecanismo e divulgá-lo.”
No site da prefeitura é possível ver fotos das espécies disponíveis e uma pequena descrição. Os ipês branco e amarelo, que estão entre as árvores mais pedidas ao lado do oiti e da quaresmeira, são descritos como “espécie nativa extremamente ornamental, com altura média de seis metros, adequada para o plantio em calçadas e sob fiação de energia elétrica”.
Desde agosto, foram feitos 189 pedidos, segundo a prefeitura. “Foi uma coisa simples, que teve grande procura. Chegou a ligar gente de Campinas pedido árvore”, conta Diniz, que considera a arborização atual da cidade um problema.
“A nossa arborização é bem falha, bem problemática. Tem muitas árvores no município que estão ruins e precisam ser podadas ou retiradas. Como a prefeitura não realizava esse serviço, os moradores foram extraindo as árvores, apesar de isso ser ilegal, e não plantavam outra no lugar. Aí o município foi ficando sem árvore.”
ESTIAGEM
A meta da secretaria é plantar 36 mil mudas em áreas urbanas da cidade nos próximos cinco anos -incluindo em margem de rios, áreas verdes, parques, jardins e calçadas (que deve responder por 30% do total).
Para isso, a prefeitura terceirizou o plantio e a poda de árvores em junho. O contrato de um ano inclui o plantio de 5.280 mudas em áreas públicas e calçadas, 2.880 podas, 1.008 supressões (retiradas de árvores), 1.104 retiradas de tocos de árvores e 300 ultrassonografias para verificar a “saúde” das plantas, por R$ 1,8 milhão.
Mas a estiagem prolongada que atinge o Sudeste do país pode atrapalhar os planos da prefeitura. “O maior problema que estamos enfrentando é com a aquisição de mudas. Elas têm de ter no mínimo 1,80 m, segundo a lei municipal, mas a seca afetou o tamanho das mudas”, diz o biólogo. “Está difícil encontrá-las no tamanho adequado.”