No Recife, vantagem de aliado de Campos vai a 18 pontos, diz Datafolha
FELIPE BÄCHTOLD, DE PORTO ALEGRE
Recife vem sendo a principal base da candidatura de Paulo Câmara (PSB) ao governo de Pernambuco, segundo o Datafolha. A cidade é administrada por Geraldo Julio, também do PSB.
Na capital do Estado, o candidato que tinha o apoio de Eduardo Campos tem vantagem de 18 pontos percentuais sobre o principal adversário, o senador Armando Monteiro Neto (PTB), aliado do ex-presidente Lula (no início de setembro, essa vantagem era de 11 pontos no Recife).
Na pesquisa da semana passada, a vantagem de Câmara no Estado chegou a nove pontos. Ele tem 43% das intenções de voto, contra 34% do petebista.
Abaixo, algumas curiosidades do levantamento:
1) Apoio entre os jovens
Monteiro sofreu uma acentuada queda em todos os setores do eleitorado em comparação com a pesquisa feita em agosto, na semana em que morreu o presidenciável Eduardo Campos.
Hoje, o candidato do PTB tem seu melhor desempenho entre eleitores com ensino fundamental –onde está um ponto percentual à frente de Câmara — e entre os jovens de 16 a 24 anos. Nesse segmento, a vantagem de Câmara cai para cinco pontos percentuais.
2) Interior x capital
No interior pernambucano, a diferença entre os dois candidatos também diminui. Nesse enfoque, a vantagem de Câmara é de cinco pontos percentuais. Levando em conta apenas municípios com população entre 50 mil e 200 mil habitantes, os dois estão empatados.
3) PT x PSB
Em nenhum Estado a polarização PT x PSB, que se desenha na eleição presidencial, parece ser já tão acirrada quanto em Pernambuco.
O Datafolha questionou o partido de preferência dos eleitores, e as duas siglas foram as mais citadas: 18% disseram ser o PT e 9% mencionaram o PSB. Disseram não ter preferência 57%.
No Estado, os partidos foram fortes aliados durante a maior parte dos governos de Campos (2007 a 2014). Eles romperam em 2012, às vésperas das eleições municipais, quando cada um lançou um candidato, e o PSB levou a melhor.
4) Definição no primeiro turno
Com a forte polarização, a eleição deve ser definida já no primeiro turno.
Os demais candidatos somam apenas 2% das intenções de voto –eram 5% na pesquisa feita em agosto. Em 2010, a disputa também foi definida na primeira votação.
5) Religiões
O Datafolha também pesquisou as religiões dos entrevistados. Entre os evangélicos, a vantagem de Câmara é ampliada. A diferença entre os dois principais candidatos passa para 16 pontos percentuais no segmento dos eleitores evangélicos pentecostais.
6) Rejeição
Câmara tem a seu favor o fato de ser o menos rejeitado dos seis candidatos.
Disseram que não votariam de jeito nenhum nele 14% dos entrevistados, enquanto o índice de Monteiro é de 20%.
O candidato Pantaleão (PCO) tem maior rejeição –32%.
A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral com os números PE-00031/2014 e BR-00782/2014.
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