Seis curiosidades na pesquisa Datafolha no Rio Grande do Sul
FELIPE BÄCHTOLD, DE PORTO ALEGRE
A última pesquisa do Datafolha no Rio Grande do Sul, do início desta semana, mostra alguns obstáculos para o crescimento do governador Tarso Genro (PT) na campanha.
A candidata Ana Amélia (PP) lidera a disputa com 37% das intenções de voto, ante 28% do governador, que busca a reeleição.
Tarso tem dificuldades para avançar em diferentes fatias do eleitorado, como a população do interior e o voto feminino. Desde que o Datafolha começou a pesquisar a campanha no Estado, há um mês, a diferença entre os dois principais candidatos se mantém estável.
Ana Amélia venceu as duas simulações de segundo turno já feitas. Ela tem um tempo de TV menor do que o petista –3min50 contra 5min10. José Ivo Sartori (PMDB) tem o segundo maior espaço no horário eleitoral e cresceu desde o início da campanha, mas ainda está longe de um patamar suficiente para ir ao segundo turno. No momento, tem 11% das intenções de voto.
1) Queda generalizada
Os dois principais candidatos ao governo, Ana Amélia Lemos (PP) e Tarso Genro (PT), oscilaram negativamente na pesquisa do Datafolha desta semana, o que pode refletir um aumento no número de indecisos.
Ana Amélia e Tarso tinham na semana passada, respectivamente, 39% e 31% das intenções de voto. Agora, passaram para 37% e 28%.
O número de eleitores que não souberam ou não quiseram opinar passou de 14% para 17%. Vieira da Cunha (PDT) também recuou um ponto –agora está com 2%.
2) Dobradinha
O governador Tarso se esforça para vincular seu governo à presidente Dilma Rousseff.
Ele tem conquistado o eleitorado cativo dela no Estado, mas tem grande dificuldade para obter mais apoio entre os descontentes com a gestão federal, o que será decisivo para vencer a eleição.
Entre os que consideram o governo Dilma ruim ou péssimo, apenas 10% votariam em Tarso para governador. Entre os eleitores da presidente, Tarso tem 52% dos votos.
3) Rejeição
Nas pesquisas já realizadas, Tarso foi o candidato com mais alto índice de rejeição –neste levantamento, a taxa recuou de 27% para 24%.
Entre eleitores dos presidenciáveis Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), porém, o índice aumenta.
Quase metade dos eleitores do tucano ouvidos pelo Datafolha dizem que não votariam no governador de jeito nenhum.
Entre o eleitorado de Marina no Rio Grande do Sul, o índice é de 36%.
4) Chapa “Marimélia”
A candidata Ana Amélia está formalmente coligada com o PSDB, do presidenciável Aécio Neves. Mas muitos de seus eleitores preferem que Marina Silva (PSB) seja a presidente.
No eleitorado que disse que votará em Marina no Estado, 52% escolheram Ana Amélia como candidata para o governo. Entre os eleitores de Aécio, o índice é um pouco maior: 54%.
5) PMDB tucano
Terceiro colocado no geral, o candidato do PMDB, José Ivo Sartori, tem seu melhor desempenho entre eleitores de Aécio Neves, apesar de receber o apoio de Marina Silva.
No eleitorado do senador mineiro, Sartori obtém 23% das intenções de voto, contra 12% de Tarso.
O PSDB não tem candidatos em chapa majoritária no Estado.
6) Disputa pela capital
Tarso segue tendo seu melhor desempenho em Porto Alegre, onde já foi prefeito duas vezes.
Com 13% do eleitorado gaúcho, a cidade vem concentrando atos de campanha dos candidatos.
Neste levantamento, porém, o governador perdeu a vantagem que tinha no município –agora, ele e Ana Amélia estão tecnicamente empatados na capital –a candidata do PP tem 33%, ante 31% do petista.
* A pesquisa foi feita entre os dias 8 e 9 de setembro e ouviu 1.258 pessoas em 48 municípios do Rio Grande do Sul. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-00584/2014.
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