Sete ‘peemedebices’ no governo Dilma
PATRÍCIA BRITTO, DE SÃO PAULO
Depois de incontáveis ameaças de parlamentares dissidentes, o PMDB ratificou hoje (10) o apoio à reeleição da presidente Dilma (PT).
O caminho até aqui foi marcado por altos e baixos.
Insatisfeita, a ala dissidente do partido colocou em prática uma série de “peemedebices” para pressionar o governo a ceder em reivindicações, como mais nomeações para ministérios e apoio do PT nas alianças estaduais.
Maior partido da base e consequentemente o que tem mais tempo para contribuir na propaganda eleitoral de rádio e TV, o PMDB não foi totalmente ignorado pelo governo Dilma.
Entre as reivindicações que deram certo, está a aprovação de uma lei que obriga o governo a liberar verbas para a execução das emendas parlamentares.
Abaixo das fotos, relembre sete “peemedebices” no governo Dilma:
1. Aezão
Sem apoio do PT no Rio, que decidiu lançar Lindbergh ao governo, o PMDB-RJ lançou na semana passada o movimento “Aezão”, que apoia Aécio (PSDB) para presidente e o pemedebista Pezão para o governo; em pelo menos 7 Estados PMDB apoiará adversário de Dilma
Em março, dirigentes do PMDB ameaçaram realizar uma pré-convenção para rever o apoio à reeleição de Dilma; partido pressionou PT para angariar apoio na formação de alianças nos Estados.
3. ‘Blocão’
Às vésperas da reforma ministerial e liderado pelo deputado Eduardo Cunha (RJ), o PMDB organizou a criação de um bloco de nove partidos na Câmara, a maioria governistas insatisfeitos, para pressionar o governo em votações no Congresso. O partido queria aumentar de cinco para seis indicados em ministérios, mas não conseguiu.
4. Petrobras
Uma das derrotas impostas pelo “blocão” ao governo foi a criação de uma comissão para investigar suspeitas de irregularidades na Petrobras e a convocação de 10 dos 39 ministros para dar explicações no Congresso.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), foi o principal articulador para aprovação do Orçamento impositivo, que obriga o governo a repassar os recursos previstos nas emendas apresentadas por deputados no Orçamento.
O governo precisou entrar em campo para impedir que o Congresso, onde o maior aliado é o PMDB, avançasse na votação de projetos com impactos nas contas públicas, como a criação do piso para agentes de saúde e para policiais e bombeiros.
Em momentos de crise, o PMDB no Congresso ameaçou derrubar vetos presidenciais considerados importantes pelo Planalto, como o veto ao fim do fator previdenciário e a nove pontos do Código Florestal.