Brasil https://brasil.blogfolha.uol.com.br Histórias e personagens pelo país afora Thu, 28 Oct 2021 12:12:47 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Sete meses após pior tragédia ambiental do país, expedição avalia mortandade de peixes no rio Doce https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2016/06/01/sete-meses-apos-pior-tragedia-ambiental-do-pais-expedicao-avalia-mortandade-de-peixes-no-rio-doce/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2016/06/01/sete-meses-apos-pior-tragedia-ambiental-do-pais-expedicao-avalia-mortandade-de-peixes-no-rio-doce/#respond Wed, 01 Jun 2016 16:00:11 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=2888 POR MARCELO TOLEDO, DE PIRASSUNUNGA

Uma expedição comandada por especialistas de um órgão do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), em Pirassununga (a 211 km de São Paulo), fará novo diagnóstico da mortandade de peixes no rio Doce neste mês para auxiliar a dimensionar o tamanho do impacto ambiental de Mariana (MG).

Vítimas da maior tragédia ambiental do país (classificação usada pelo próprio governo federal), algumas espécies de peixes do rio Doce já foram resgatadas por uma expedição do Cepta (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais), mas quantidade é insuficiente para pesquisa, como mostrou reportagem desta Folha.

O rompimento da barragem de Fundão, pertencente à mineradora Samarco, matou 19 pessoas em 5 de novembro de 2015. A lama de rejeitos de minério que saiu do reservatório estourado arrasou comunidades e poluiu rios ao longo de dois Estados –Minas Gerais e Espírito Santo–, chegando até o oceano Atlântico.

O Cepta desenvolve estudos e ações para conservação da biodiversidade e preservação de espécies ameaçadas de extinção, além de monitoramentos ambientais. Participa do grupo ainda um pesquisador da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

A primeira pesquisa do Cepta, aliás, foi feita dias após a tragédia e constatou a mortandade de ao menos 21 espécies de peixes, a maioria não nativa. A bacia tem cerca de 70 espécies nativas e 30 introduzidas, de acordo com o biólogo Wellington Adriano Moreira Peres, analista ambiental do órgão que participou da primeira expedição. Das 70, nove sofrem ameaça de extinção.

Agora, o grupo quer iniciar trabalhos de reprodução ou mesmo para a criação completa de um banco genético dos peixes ameaçados no rio Doce.

Segundo Peres, a mortandade atingiu mais os peixes introduzidos, já que são maiores. “Mas houve morte de crustáceos e impactos como a redução da transparência da água. A falta da fotossíntese local alterará toda a cadeia alimentar, inclusive mamíferos que dependiam dessa água”, disse.

Apesar da mortandade constatada na primeira missão, não é possível falar em extinção local de alguma espécie, conforme o analista. Entre as espécies com morte registrada estão tilápia, cascudo, pacu, tucunaré, dourado, traíra e peixe-cachorro.

BARRIGA DE ALUGUEL

O Cepta, que deve coordenar um plano de ação para os próximos cinco anos no rio Doce, já desenvolve um estudo que permite a procriação de peixes com a técnica de barriga de aluguel, que ajuda a preservar espécies ameaçadas de extinção.

No futuro, a técnica pode contribuir para a reprodução de peixes do rio Doce, caso fique constatada a extinção de alguma espécie devido à tragédia.

Coordenador do Cepta, o biólogo José Augusto Senhorini disse, porém, que a fase seguinte após nova coleta é congelar células embrionárias para criar um banco genético das espécies ameaçadas, mas isso dependerá de financiamento.

ESPÉCIE ‘SEM FAMÍLIA’

Já imaginou uma espécie que nunca irá conhecer seus pais? Ela existe e recebe o nome de rivulídeos. São peixes minúsculos, que, além de órfãos, estão ameaçados de extinção.

Normalmente entre 6 e 10 cm, essas espécies totalizam 262 catalogadas, das quais 125 podem desaparecer, segundo o Cepta.

Os rivulídeos vivem em ambientes aquáticos muito rasos, por vezes isolados de rios e lagos, e sazonais. Podem se reproduzir de uma forma que foge do padrão habitual: o local seca após a temporada de chuvas e os exemplares que ali vivem morrem, mas os ovos ficam depositados.

Quando chove novamente, ainda que seja um ano depois, os ovos eclodem e novos peixes surgem.

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Com mãe engraxate, estudante do RS passa na OAB antes mesmo de se formar e rebate preconceito https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2016/05/12/com-mae-engraxate-estudante-do-rs-passa-na-oab-antes-mesmo-de-se-formar-e-rebate-preconceito/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2016/05/12/com-mae-engraxate-estudante-do-rs-passa-na-oab-antes-mesmo-de-se-formar-e-rebate-preconceito/#respond Thu, 12 May 2016 18:28:44 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=2871 PAULA SPERB, COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Filho da única mulher engraxate da tradicional praça da Alfândega, no centro de Porto Alegre (RS), um estudante gaúcho venceu o preconceito contra a mãe e também a alta taxa de reprovação da OAB –de mais de 80%. Juliano da Silva Dias, 22, passou no exame da Ordem dos Advogados do Brasil antes mesmo de terminar o curso de direito na tradicional PUC/RS.

Moradores da comunidade Rubem Berta, na periferia da capital gaúcha, ele e Vera Pereira da Silva, 54, passaram os últimos anos ouvindo frases preconceituosas. “Até filho de engraxate está na faculdade!” e “essa bolsa é graças às nossas migalhas” foram algumas delas.

A bolsa citada é do ProUni, única forma que a família achou para ele cursar a faculdade particular. Dias sempre estudou em escolas públicas e não fez nenhum curso preparatório para o Enem. Para entrar na PUC, ele estudava as disciplinas por conta durante a madrugada e sua nota garantiu o ingresso no curso sonhado.

 

Juliano da Silva Dias estuda em sua casa, em Porto Alegre - Foto Reprodução TV RBS
Juliano da Silva Dias estuda em sua casa, em Porto Alegre – Foto Reprodução TV RBS

“De manhã eu ia pro colégio, de tarde fazia um curso de mecânica no Senai e à noite ia para o CTG (Centro de Tradições Gaúchas)”, relembra ele ao blog Brasil. O CTG foi uma estratégia da mãe, Vera Pereira da Silva, 54, para manter o filho “fora da rua e longe das más companhias” do bairro conhecido pela violência e tráfico de drogas.

Agora, conta Dias, ele voltou ao ritmo da época de colégio e chegou a estudar até 15 horas por dia para a segunda fase da prova da OAB.

Quando entrou na faculdade, Dias teve que arcar com outras despesas desde 2011. “Mesmo com a biblioteca à disposição, alguns livros precisam estar sempre conosco, como o ‘Vade Mecum’. Além disso, por fazer estágio em um escritório, preciso vestir terno e gravata”, conta.

REDE DE COLABORAÇÃO

Apesar do preconceito, Vera e o filho contaram com a ajuda de uma rede de colaboradores, já que livros e roupas adequadas custam caro à família. A mãe, que ganha R$ 10 a cada par de sapato engraxado, contou com doações de alguns clientes seus para ajudar o filho. Advogados, empresários e até políticos fazem parte da clientela de Vera que doou roupas, sapatos e obras sobre direito.

Com a proximidade da formatura do filho, em agosto, Vera iniciou uma vaquinha na internet para pagar a festa. Isso porque todas economias foram gastas no funeral e velório do padrasto de Juliano, que morreu em janeiro.

Dias conta que, na página da vaquinha, o preconceito voltou. Algumas pessoas comentaram “se teu filho está estudando com bolsa é graças às nossas migalhas”. “A bolsa do ProUni é realmente para dar oportunidade para quem tem dificuldade social”, disse.

Vera é engraxate na praça da Alfândega, no centro da cidade, há dez anos e herdou a cadeira do pai, João Estevão da Silva, morto aos 68 anos, em 2006. O avô de Juliano foi engraxate por meio século. “Quando ele tinha mais ou menos 18 anos, os padres conseguiram a cadeira para ele trabalhar porque ele tinha uma deficiência: uma perna mais curta do que a outra, por causa da paralisia infantil”, conta o rapaz.

A engraxate Vera Pereira da Silva trabalha na praça da Alfândega - Foto Reprodução TV RBS
A engraxate Vera Pereira da Silva trabalha na praça da Alfândega – Foto Reprodução TV RBS

Quase formado, Dias venceu outra barreira. No último semestre do curso, é muito raro que escritórios de advocacia contratem novos estagiários. A procura é por estudantes na metade do curso, que possam ficar de um a dois anos trabalhando.

Praticamente bacharel, Dias conseguiu um estágio com ajuda da mãe. Um cliente deixou seu cartão profissional para Vera dar ao filho. “Quando teu filho precisar, pode dizer para ele me ligar”, teria dito o homem.

Dias conta que guardou o cartão e, ao se matricular em uma das últimas disciplinas, notou a semelhança entre o nome do professor e o nome do cartão. O cliente é pai do docente. O rapaz foi selecionado para uma vaga no local há um mês e meio.

Falta pouco para o rapaz terminar a faculdade, o plano dele é dar seguimento aos estudos. “Meu sonho agora é fazer mestrado em Coimbra, Portugal. Depois, quero ter um escritório e poder atuar de graça para defender quem tenha seu direito infringido.”

E diz que vai ajudar inclusive aquelas pessoas com preconceito a filhos de engraxate.

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Governo do PT tenta se fortalecer apelando para ‘tese do medo’, afirma Luciana Genro https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2016/03/28/governo-do-pt-tenta-se-fortalecer-apelando-para-tese-do-medo-afirma-luciana-genro/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2016/03/28/governo-do-pt-tenta-se-fortalecer-apelando-para-tese-do-medo-afirma-luciana-genro/#respond Mon, 28 Mar 2016 18:01:17 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=2852 PAULA SPERB, COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Mesmo contrária ao impeachment, Luciana Genro, uma das principais lideranças do PSOL, afirma que o governo Dilma busca se fortalecer tentando convencer a população de que há uma situação de golpe ou de ameaça à democracia por conta das investigações da Lava Jato.

“Os líderes do PT estão tentando convencer –e alguns setores foram convencidos –de que há uma ameaça à democracia, ao estado democrático de direito. Quando na realidade não é isso”, afirma a ex-petista, quarta colocada na disputa pela Presidência no ano passado, com 1,6 milhão de votos –1,55% do total.

“Não estamos em uma situação de golpe, onde haja o risco de assumir um governo que vai restringir as liberdades individuais, que vá censurar, que vá prender, que vá torturar. Há uma tentativa do governo se fortalecer apelando para esse espírito democrático das pessoas e esse medo”, diz.

A ex-deputada Luciana Genro, do PSOL - Flavio Florido - 15/out/2015/UOL
A ex-deputada Luciana Genro, do PSOL – Flavio Florido – 15/out/2015/UOL

Defensora de novas eleições, ela diz que o PSOL e “a direita de Jair Bolsonaro” (deputado federal e presidenciável pelo PSC) vão se beneficiar com a crise e disputar os votos da classe média.

Leia os principais trechos da entrevista:

FOLHA – A sra. aparece com 3% da intenção de votos no último Datafolha…
LUCIANA GENRO – A pesquisa mostra uma insatisfação muito grande com o governo e que o PSDB, por mais que tente, não está, felizmente, conseguindo capitalizar toda essa insatisfação. Nomes como o da Marina [Silva], em maior medida, e o meu, em menor medida, acabam recebendo uma parte importante da insatisfação…

Acredito que há um espaço importante para a construção de uma terceira via, que burla essa polarização entre PSDB e PT.

A sra. será candidata em 2018?
Ainda não podemos falar de 2018 porque não é possível saber o que vai acontecer no Brasil até lá. Se vamos ter eleições em 2018 ou se vamos ter eleições agora. O impasse político que está colocado é muito profundo e só vai se resolver positivamente se tivermos novas eleições, tanto para presidente, como para o Congresso.

A saída que está se desenhando é o impeachment da Dilma com a ascensão do Temer. É uma saída totalmente reacionária porque derruba um governo que está, de fato, sem legitimidade, mas coloca no poder um vice-presidente que não só não tem legitimidade nenhuma como tem um projeto político e econômico ainda mais reacionário do que este que está em curso.

Essa necessidade de devolver a soberania para o povo me parece muito evidente no impasse político que a gente vive. Não falaria de 2018, mas as eleições municipais, sim, têm de alguma maneira expressar esse descontentamento popular e essa luta pela construção de uma terceira via.

Como seria o processo de uma nova eleição?
Há várias possibilidades: como um referendo revogatório, que é uma proposta que já existe no Congresso, nos projetos do [ex-senador Eduardo] Suplicy (PT) e do senador Randolfe Rodrigues (Rede), que decidiria a continuidade do governo ou novas eleições.

Ou a própria Dilma, com o poder que ainda lhe resta –em vez de usar esse poder para abafar a Lava Jato com a ajuda do PMDB e do PSDB–, pode enviar ao Congresso uma emenda constitucional antecipando as eleições. Mas não só para a Presidência, para o Congresso também. O Cunha, ao meu ver, deveria estar preso.

Há indícios contra Dilma para um impeachment?
O PSOL não vai votar a favor do impeachment porque é uma manobra da direita para levar o Temer ao poder e garantir que esses ajustes contra o povo, e em favor dos interesses do mercado financeiro, sejam efetivados com mais força.

Mas também não fazemos eco ao “fica, Dilma!”, simplesmente. Para nós, a Dilma ganhou as eleições defendendo outra política econômica e não está honrando os votos que ela recebeu. A maior expressão disso é o descontentamento popular, que as próprias pesquisas demonstram.

A melhor saída seria nem Dilma, nem Temer, nem Cunha, nem Renan. Todos esses estão comprometidos e não servem para conduzir o país e, por isso, a necessidade de novas eleições. Essa é uma opinião minha.

Mas há o consenso de que a gente não pode ser linha auxiliar nem do governo nem da direita, precisamos construir essa terceira via.

O PSOL não participou dos atos a favor do governo na última sexta-feira (18). Em um manifesto do MES (Movimento Esquerda Socialista, tendência do PSOL), afirma-se que não existe golpe, como clama o PT. A sra. concorda?
Ajudei a redigir esse texto e vejo que o líderes do PT estão tentando convencer, alguns setores já foram convencidos, de que há uma ameaça à democracia, ao estado democrático de direito. Quando, na realidade, não é isso. Não estamos em uma situação de golpe, onde haja o risco de assumir um governo que vai restringir as liberdades individuais, que vá censurar, que vá prender, que vá torturar. Há uma tentativa do governo se fortalecer apelando para esse espírito democrático das pessoas e esse medo. O medo é um sentimento altamente mobilizador.

Quando as pessoas estão com medo, elas se canalizam ou se movem em função desse sentimento. Os líderes do PT estão incutindo nas pessoas esse medo de golpe para que elas se mobilizem em defesa do governo. Muita gente que foi na rua sexta-feira (18) não queria defender o governo, queria democracia, mas acabou participando de atos para defender o governo, defender o Lula.

Algumas lideranças do PSOL participaram desses movimentos entendendo que havia necessidade de fazer essa defesa da democracia. Defender a democracia hoje é defender novas eleições. O que as castas políticas estão querendo é uma “operação abafa” da Lava Jato.

Apesar dos excessos do [juiz Sergio] Moro [magistrado responsável pela Lava Jato], é evidente que ele cometeu excessos, há que se dizer que são parte dos excessos cometidos todos os dias dentro do nosso sistema penal, que sempre cometeu excessos contra os pobres.

Por isso, ele não é um fascista como alguns líderes do PT dizem. As liberdades democráticas e o direito à ampla defesa têm que valer para todos, para o Lula e para o João da Silva, acusado de tráfico.

Essa tentativa de desmoralizar a Lava Jato utilizando os excessos que o Moro cometeu vai permitir, se deixarmos, que a Lava Jato seja abafada e que não se exija que as investigações prossigam e demonstrem inclusive que os esquemas eram muito maiores e muito antigos que o próprio PT. A delação premiada do Delcídio é uma oportunidade de mostrar a ligação do PSDB com esses esquemas.

Houve excessos em relação a Lula?
O dito “estado democrático de direito” não é realmente democrático, ele funciona de forma seletiva. Só que esse sistema arbitrário atingiu, agora, as castas políticas e empresariais, pegando figuras como o Lula e os donos das maiores empreiteiras do Brasil. Eu não concordo com as arbitrariedades, mas também não concordo com a ideia de que essas arbitrariedade contra o Lula são sinais de um “golpe do Judiciário”.

O maior crime que o Lula cometeu –e este crime está comprovado, pra mim não é mera suspeita– é o crime de ter se tornado um agente dos interesses das empreiteiras.

Isso é comprovado pela quantidade gigantesca de recursos que essas empreiteiras investiram no Instituto Lula e na sua empresa de palestras. E nos “prováveis” presentes que elas deram também para o Lula. A reforma no sítio, o apartamento, são coisas que não estão integralmente comprovadas, mas que são suspeitas fortes.

Para mim, o Lula é indefensável. Não só pelo fato de que possa estar diretamente envolvido em corrupção, mas porque ele está diretamente comprometido com os interesses das empreiteiras…

Ele traiu os interesses do povo quando se aliou com esses megaempresários que saquearam os cofres públicos superfaturando obras e enriquecendo também os políticos ligados ao PT, ao PP, ao PMDB, a todos esses partidos, inclusive ao PSDB, que era o grande beneficiário anterior.

Recentemente, a deputada federal Luiza Erundina deixou o PSB e se filiou ao PSOL. O partido vai crescer com essa crise?
O PSOL vai crescer muito. Não sei se outras lideranças do porte da Erundina vão rapidamente vir para o PSOL. Mas o mais importante nesse momento é fortalecer as bases sociais… É possível se apresentar como alternativa sem se colar no governo. As eleições municipais serão essa oportunidade de crescimento.

A crise tende a radicalizar a classe média. A radicalização pode ir tanto para a direita como para a esquerda. Por isso, figuras como o Bolsonaro também ganham força em momentos como esse. Em momentos de desespero recorrem para soluções autoritárias, como é o Bolsonaro.

Nosso desafio é manter as nossas bandeiras e fazer com que elas sejam compreensíveis, mostrar que nosso objetivo não é simplesmente implantar um modelo de socialismo autoritário como esses modelos que faliram no leste Europeu e União Soviética.

Nosso objetivo é empoderar o povo, para que o povo decida os rumos do país, e para que a economia esteja a serviço dos interesses da maioria.

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Lula tem amigos que só esperam benefício em troca, diz presidente de honra do PT gaúcho https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2016/03/04/lula-tem-amigos-que-so-esperam-beneficio-em-troca-diz-presidente-de-honra-do-pt-gaucho/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2016/03/04/lula-tem-amigos-que-so-esperam-beneficio-em-troca-diz-presidente-de-honra-do-pt-gaucho/#respond Fri, 04 Mar 2016 18:25:26 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=2842 PAULA SPERB, COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Ex-governador do Rio Grande do Sul e presidente de honra do PT gaúcho, Olívio Dutra, 74, afirmou diz que Lula tem amigos que o ajudam apenas esperando algum benefício em troca. Para o também ex-ministro das Cidades, Lula “tem amigos e ‘amigos’, alguns que chegam perto de ti quando tu tem poder”.

Dutra, que não tem nenhum cargo hoje em diretórios do PT, critica também a postura da cúpula petista diante dos escândalos –primeiro no mensalão, e agora, nos revelados pela Operação Lava Jato. Segundo ele, no poder desde 2002, “o partido passou a ter um diálogo com quem não queria outra coisa senão cargos na máquina no Estado, nos poderes”.

Por isso, ele diz que o PT “vai sofrer consequências” nas próximas eleições. “Não temos que pensar que o PT tem que ser perdoado”, disse.

O ex-governador Olívio Dutra - Pedro Belo Garcia/Agência ALR
O ex-governador Olívio Dutra – Pedro Belo Garcia/Agência ALR

Tomando chimarrão e carregando uma bolsa rústica de couro atravessada no corpo, à la Pepe Mujica –o ex-presidente uruguaio–, Dutra falou com a Folha na última quarta-feira (2), antes portanto de a delação do senador Delcídio do Amaral (PT) se tornar pública e de Lula ter sido conduzido pela PF para depoimento na 24ª fase da Operação Lava Jato.

Nesta sexta (4), Dutra falou também à rádio Guaíba sobre a condução coercitiva (quando o investigado é levado para depor e depois liberado) de Lula. Perguntado se achava que o ex-presidente e Dilma eram culpados, ele respondeu: “quem não deve não teme”. E acrescentou: “fico muito triste, mas o projeto político do Partido dos Trabalhadores está manchado”.

A seguir, leia os principais trechos da entrevista dada à Folha:

O PT caiu na vala comum dos partidos tradicionais?
O Partido dos Trabalhadores não nasceu de cima para baixo, não nasceu dos gabinetes. Nasceu no bojo de lutas sociais importantes.

Na medida que o partido foi elegendo vereadores, prefeitos, deputados, senadores e também por quatro vezes o presidente da República, o partido foi se desgarrando de suas raízes fundantes e se flexibilizando na relação com outros setores da sociedade e até com partidos que não tinham a mesma origem nem o mesmo compromisso.

Mas essa flexibilização foi tão grande que os contornos se esgarçaram tanto que o partido passou a ter um diálogo com quem não queria outra coisa senão cargos na máquina no Estado, nos poderes.

Isso explica as atuais alianças do PT?
O PT nunca governou sozinho, buscou aliados nos primeiros embates eleitorais, de centro-esquerda. Já no primeiro mandato do Lula essas alianças tiveram contorno de centro, depois centro-direita e depois uma confusão até chegarmos nos governos de coalizão que revelam uma necessidade de uma reforma política.

Porque os partidos não têm ideologia clara, são mesas de negociação de cargos, de negócios. Nós, portanto, passamos a fazer parte de uma tessitura de uma rede que em vez de qualificar a ação política submete a ação política aos interesses de quem é mais esperto.

Caímos nessa vala comum até com justificativas de “temos que governar, pragmatismo e governabilidade exigem essas alianças”. Isso é feito de cima para baixo. Não se debulha o porquê da necessidade dessas composições esdrúxulas, por que essa flexibilização.

E quem é a principal vítima desse desmoronamento se não a população mais sofrida, mais necessitada do Estado? O PT está em débito, não só com sua base, mas com grande parte do povo brasileiro que nele apostou. É esse o sentido da vala comum.

Lula foi beneficiado com as reformas do sítio em Atibaia e no tríplex do Guarujá?
O Lula é uma figura que merece o respeito da gente. Mas isso não quer dizer que não devamos refletir sobre como devemos conduzir e tratar essas figuras.

[Mas] Um partido como o PT deveria trabalhar para não depender de uma liderança única ou exclusiva ou de apenas um grupo de pessoas. O PT está colocando muito nas paletas do Lula responsabilidades que deveriam ter sido assumidas coletivamente.

Não pode justificar os erros que figuras importantes do partido, em cargos importantes, vêm cometendo. Evidente que não pode. “Não podemos ser cobrados do que fizemos porque os adversários de outros tempos também fizeram”, isso para mim não é argumento.

Um partido como o nosso, com a origem que teve, não poderia ter sido condescendente com as políticas tradicionais do “toma lá dá cá”, do é “dando que se recebe”, do pragmatismo que não se importa muito com os meios contanto que chegue a determinados fins.

Lula não poderia ter evitado se envolver nessa situação?
Não tenho conversado com Lula há algum tempo. Não vai ser aqui, através de uma entrevista, através da *Folha de S.Paulo*, que vou dar conselho para o Lula. Não sou conselheiro.

Mas, pela experiência, sou presidente de honra e não fujo de responsabilidades, não fujo do ideário que defendo. O PT, através de figuras grandes do seu quadro, cometeu erros seríssimos que feriram o patrimônio ético do partido.

Tem sinais evidentes que figuras do partido estão envolvidas com coisas que não são do patrimônio ético e moral do PT. Não se pode contemporizar com elas, com os erros. A direção do partido deve uma autocrítica e até um pedido de desculpa, não só para sua base, mas para a população brasileira.

O Lula tem uma legião de amigos. Tem toda base petista e tem milhares de pessoas não petistas que sempre tiveram nele uma referência e um respeito muito grande por sua história.

Por conta disso, tem amigos e “amigos”, alguns que chegam perto de ti quando tu tem poder. Antes não te davam crédito, não respeitavam, te ignoravam, te estigmatizaram. Mas no momento que vai galgando o poder, vão aparecendo amigos influentes daqui e dali.

O PT abriu a guarda e muitas dessas figuras entraram para o próprio PT. E o círculo de amizades do Lula é além do PT. Por conta disso tem muita gente tentando agradar o Lula, e eu acho que ninguém faz agrados assim sem retorno, sem ideia de tirar algum proveito de uma figura importante como o Lula, influente.

Tenho certeza que o Lula não tem nenhum ato que diga que ele se aproveitou do cargo, que enriqueceu ilicitamente, mas vem sendo vítima de um círculo enorme de “amigos” e amigos mesmo.

Isso se reflete no processo de impeachment da Dilma?
Não temos que pensar que o PT tem que ser perdoado, que vai dar uma boa resposta nas próximas eleições. Não. O PT vai sofrer consequências e que bom que possa tirar lições disso tudo.

A saída não é o impeachment da Dilma e muito menos essa tentativa de desgaste de uma liderança como o Lula. Por trás disso há também o interesse enorme de uma conjuntura que tem medo que o Lula venha ser candidato agora em 2018.

Mas também repito: nada disso pode ser uma justificativa para o PT não fazer a sua autocrítica, não recompor a sua integridade. O PT tem que ser o primeiro a fazer essa autocrítica, a se superar e não reduzir a sua existência à eleição. Eleição se perde ou se ganha. Algumas derrotas ensinam muito mais.

Disse muito bem a presidenta Dilma esses dias: “partido e governo não podem ser a mesma coisa”. O governo tem que governar para a sociedade. Mas a Dilma disputou a eleição com um programa e tinha que estar executando o programa que a elegeu no ano passado.

Não vejo senão a oposição com seu antipetismo disseminando ódio e preconceito, que busca a por qualquer preço, inclusive ameaçar a democracia, desrespeitar o voto popular que elegeu Dilma com mais de 54 milhões de votos. Ela tem que cumprir seu governo e, evidentemente, tem que ser cobrada para executar o programa que a elegeu e não um outro programa.

Vai dar tempo de fazer a autocrítica até a eleição?
Há um anseio muito grande na base partidária com críticas sobre como a direção nacional tem se posicionado sobre o envolvimento de figuras importantes do partido em esquemas de corrupção. Tem uma crítica na base muito grande, alastrada. O PT tem capacidade crítica na base talvez muito maior do que na cúpula.

O senhor defende a expulsão de envolvidos na Lava Jato, como defendeu no mensalão?
As coisas que aconteceram no mensalão e, agora, na Lava Jato, y otras cositas más, são uma excrescência, mas são também uma amostra do que é o exercício de poder numa estrutura de estado facilitadora dessas coisas. Os governos do Lula e da Dilma fizeram com que as instituições se azeitassem no enfrentamento disso.

Bueno, a presença de figuras do PT [nos escândalos] é uma demonstração de que nos contaminamos negativamente no poder.

Quando o Lula se elegeu, a composição do congresso apostou majoritariamente em outra candidatura, outro projeto. Como tem que se relacionar, dialogar? Ganharam cargos, não tinham compromisso nenhum com o programa.

No segundo mandato, em vez de melhorar, piorou. Quando chegou a Dilma a coisa já estava ainda mais degringolada. É a falta de um debate na sociedade para que o eleitor faça a reflexão de que o voto para a Presidência da República não é desgarrado do voto para o Congresso.

Quando o senhor defendeu a expulsão dos envolvidos no mensalão levou um “gelo” da cúpula?
Não tenho nenhum melindre, sou oposição à maioria que dirige o partido hoje. Na ocasião, levantei a questão diretamente quando falei com o [José] Genoíno em um programa de rádio. Falei: “Olha Genoíno, nessas circunstâncias, você faria muito bem se renunciasse. O sujeito coletivo é mais importante que o individual”.

Bueno, evidente que isso criou um mal-estar. Mas é a posição que já defendia antes, defendia na ocasião, defendo até hoje. Dentro do partido [os corruptos] podem se defender, recorrer [da expulsão], mas tem tantas evidências que se derramam contra o partido. O partido não pode ir empurrando com a barriga.

Não acuso ninguém, mas houve condutas que articularam com as figuras mais tradicionais do arrivismo político, da política como um carreirismo, oportunismo para fazer negócios. Facilitaram isso. Envolveram o partido numa conduta política que sempre condenamos e temos que continuar condenando.

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Cai 96% o número de haitianos ilegais que entram no Brasil pela fronteira do Acre https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2016/01/13/cai-96-o-numero-de-haitianos-ilegais-que-entram-no-brasil-pela-fronteira-do-acre/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2016/01/13/cai-96-o-numero-de-haitianos-ilegais-que-entram-no-brasil-pela-fronteira-do-acre/#respond Wed, 13 Jan 2016 18:12:50 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=2798 ANNA RANGEL
DE SÃO PAULO

Todos os dias eles costumavam chegar às dezenas à cidade de Assis Brasil (AC), na fronteira com o Peru, pagando até R$ 15 mil aos chamados coiotes. Hoje, porém, são poucos os haitianos que ainda entram ilegalmente no Brasil pela fronteira com o Acre.

Os dados mais atualizados da Sejudh (Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado do Acre) mostram que caiu 96,5% o total de haitianos que chegaram ao Acre nessas condições: de 1.543, em dezembro de 2014, para 54 no mesmo mês de 2015.

Município com menos de 10 mil habitantes, Assis Brasil atingiu a marca de receber cem haitianos por dia. O abrigo de Brasileia, a 80 quilômetros dali, chegou a ter 2.200 pessoas.

Até o ano passado, o Acre era a principal rota para imigrantes ilegais, sobretudo haitianos.

A queda vertiginosa se dá meses após a ampliação da emissão de vistos para os imigrantes que vêm do Haiti ou de outros países, como Equador e Peru.

Entre 2015, foram concedidos pela embaixada brasileira em Porto Príncipe 17.045 vistos, contra 6.827 em 2014. Desde janeiro de 2012, quando um terremoto provocou a morte de cerca de 200 mil haitianos, foram concedidos 38.065 vistos.

Conforme a Folha mostrou em novembro, o governo brasileiro anunciou que concederá residência permanente a mais de 43 mil imigrantes haitianos que já estavam no Brasil.

“Em 2015, procuramos fazer uma readequação desse fluxo migratório pelo Acre para sufocar a rede de coiotes”, afirma o secretário nacional de Justiça e presidente do Comitê Nacional para os Refugiados, Beto Vasconcelos.

A Chácara Aliança, principal abrigo de estrangeiros em Rio Branco, no Acre, abrigava 20 pessoas em dezembro de 2015. No mesmo mês em 2014, o local, que tem capacidade para 300 pessoas, tinha cerca de 700.

Segundo o secretário de Justiça do Acre, Nilson Mourão, a rota deve ser desativada em questão de meses. “Esse fluxo está se tornando quase vegetativo, com pequenos grupos.”

A entrada de estrangeiros ilegais pelo Acre tinha uma rota bem complexa. Os imigrantes cruzavam a fronteira com a República Dominicana e, lá, pegavam um voo até Quito. Dali, entravam no Peru pela cidade de Iñapari e seguiam para Assis Brasil, já no Acre.

Depois de os haitianos chegarem ao Acre, eles iam geralmente de ônibus para outras cidades do Sul ou Sudeste do país. Alguns desses veículos, inclusive, eram fretados pelo próprio governo petista do Acre, o que gerou uma crise com São Paulo, comandado pelo tucano Geraldo Alckmin.

“Era uma rota construída e explorada por coiotes por valores de US$ 3.000 a US$ 5.000, com 15 dias de viagem. Hoje, com os mesmos US$ 3.000, a pessoa pega um voo e já vai direto para São Paulo ou Rio de forma segura”, diz Mourão.

SÃO PAULO

Para o coordenador de políticas para migrantes da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da capital paulista, Paulo Illes, o novo esquema ajudou também na acolhida dos imigrantes já em cidades de destino, como São Paulo.

Com o visto provisório em mãos, é possível fazer o CPF (Cadastro de Pessoa Física) e o RNE (Registro Nacional do Estrangeiro), abrir conta no banco e tirar a carteira de trabalho logo após a chegada.

A Missão Paz, que acolhe imigrantes na Igreja Nossa Senhora da Paz, no bairro do Glicério, auxilia os imigrantes nas questões burocráticas e disponibiliza abrigo.

De acordo com a advogada da missão Maristela Telles, a maioria dos haitianos pede atendimento, mas não precisa de hospedagem. “Eles têm um familiar, um amigo, e já conseguem ficar em algum lugar”, afirma.

Os dois afirmam que, ao contrário de anos atrás, a colônia haitiana em São Paulo está mais estabelecida e, por isso, há um sistema de suporte dos próprios imigrantes para acomodação e busca por emprego no país.

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Imagens de fotógrafo morto com Eduardo Campos são reveladas https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2015/08/27/imagens-de-fotografo-morto-com-eduardo-campos-sao-reveladas/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2015/08/27/imagens-de-fotografo-morto-com-eduardo-campos-sao-reveladas/#respond Thu, 27 Aug 2015 13:50:57 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=2622 POR PATRÍCIA BRITTO, DO RECIFE

Por mais de dois anos, cinco filmes do fotógrafo pernambucano Alexandre Severo ficaram guardados numa gaveta do laboratório da Universidade Católica de Pernambuco, no Recife. Ninguém sabia qual era o conteúdo das fotos.

Severo era fotógrafo oficial da campanha de Eduardo Campos à Presidência e estava no jatinho que caiu em Santos, em agosto do ano passado, com o candidato e assessores –todos a bordo morreram.

Pernambucano, ele vivia em São Paulo e ficou conhecido pelo ensaio “À Flor da Pele”, em que retratou albinos em famílias negras.

Quando viu a notícia sobre o acidente, a professora e laboratorista Niedja Dias, 46, se lembrou que, dois ou três anos antes, Severo havia pedido para ela revelar algumas fotos. Eram filmes em preto e branco, de médio formato (120 mm), para fotos de 6 cm x 6 cm.07

“Numa dessas vindas aqui, ele me procurou e perguntou se eu podia revelar essas fotos”, relembra a professora. “Eu disse que ia depender da demanda na universidade. Ele só me disse: não tem pressa, a única coisa que eu gostaria era que fossem reveladas por você. E foi ficando aqui, ele não procurou mais.”

Só agora, um ano depois do acidente, as fotos ficaram prontas. “Na época, não tinha condições de procurar a família para tocar no assunto”, diz a coordenadora do curso de fotografia da universidade, Renata Victor. Todos estavam abalados pela trágica morte do fotógrafo de 36 anos.

Dos negativos, surgiram imagens de sertanejos montados a cavalo e da típica paisagem do sertão nordestino: troncos ressequidos sob o céu ensolarado. São fotografias que lembram o ensaio “Vaqueiros”, de 2006, em que Severo retratou a tradicional Missa do Vaqueiro, no município pernambucano de Serrita.

Não há elementos que mostrem quando e onde as fotos foram feitas, mas a mãe de Severo, dona Rita Regina da Silva, 73, diz acreditar que elas sejam mesmo do sertão pernambucano. “A alma dele era sertaneja. Quando ele vinha pra cá e tinha uma folguinha, passava semanas inteiras no sertão”, disse.

No segundo filme, cenas de Brasília: a praça dos Três Poderes, a Esplanada dos Ministérios e o casal de amigos Henrique Lima e Giovanna Marchi, com a filha Alice, em cenários bem conhecidos da capital federal. Dos outros filmes, dois estavam virgens e um não tinha mais qualidade.

http://mais.uol.com.br/view/15587522

Para Niedja, Severo estava aparentemente testando o formato de 120 mm, que é pouco comercial e exige um tipo de câmera específico. Algumas fotos foram repetidas, outras ficaram com pouca luz.

Depois de finalmente reveladas, as cerca de 20 fotos foram entregues à família e viraram um ensaio na edição de agosto da revista “Unicaphoto”, do curso de fotografia da universidade. Severo estudou na primeira turma do curso, em 2010. Foi lá onde conheceu Niedja, de quem foi aluno e amigo. “Ele amava fotografia analógica, vivia lá no laboratório.”

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Brasil paga pensão a tetraneta de Tiradentes e a atletas; veja mais casos https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2015/08/10/com-os-beneficios-deste-ano-20-mil-recebem-pensoes-especiais-no-pais/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2015/08/10/com-os-beneficios-deste-ano-20-mil-recebem-pensoes-especiais-no-pais/#respond Mon, 10 Aug 2015 10:03:24 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=2591 ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

De uma tetraneta de Tiradentes (1746-1792) aos “soldados da borracha” que trabalharam na Amazônia durante a Segunda Guerra (1939-1945), cerca de 20 mil pessoas recebem hoje, no Brasil, pensões especiais.

Só neste ano, a presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou duas leis que garantem o benefício aos herdeiros de frei Tito de Alencar Lima (1945-1974), frade dominicano torturado durante a ditadura militar (1964-1985), e à ex-ginasta Laís Souza, que ficou tetraplégica após sofrer um acidente enquanto esquiava, em 2014.

A prática de conceder pensões em casos excepcionais é comum no país desde o início da República, em 1889. Uma das primeiras leis do tipo, assinada em 1891 pelo marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892), dava o direito a pensão a dom Pedro 2º (1825-1891), que morreu menos de dois meses após a sanção da lei.

Atualmente, cerca de R$ 25 milhões são gastos por mês em pensões especiais, segundo dados da Previdência. Chega a R$ 34 milhões se o valor for somado às pensões dos anistiados.

Confira abaixo 18 casos de pensões especiais pagas pelo governo:

1) Herdeiros de frei Tito
Preso em 1969 por seu envolvimento com militantes de esquerda, frei Tito de Alencar Lima foi torturado durante três dias seguidos no Dops (Departamento de Ordem Política e Social), em São Paulo.

Foi solto em dezembro do ano seguinte, em troca da libertação de um embaixador suíço sequestrado pela VPR (Vanguarda Popular Revolucionária). Com sequelas psicológicas causadas pelas torturas, Tito se matou em agosto de 1974, na França, onde havia se exilado.

Os restos mortais do frade dominicano foram trazidos ao Brasil em 1983. Seus sete irmãos que estão vivos vão dividir uma pensão mensal de R$ 500 (R$ 71 para cada um).

A lei foi proposta em 2001, no governo FHC, pelo então ministro da Justiça, José Gregori, e foi sancionada 14 anos depois sem que o valor do benefício fosse corrigido.

Para a pedagoga Nildes Alencar Lima, 81, irmã do religioso, o valor só daria para a manutenção do túmulo de frei Tito, em Fortaleza.

2) Laís Souza
Medalhista de bronze no Pan de 2007, a ex-ginasta Laís Souza sofreu um acidente em janeiro de 2014, enquanto esquiava nos EUA. Ela se preparava para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, na Rússia, e ficou tetraplégica.

A lei que lhe garante pensão especial, mensal e vitalícia, no limite máximo da Previdência (R$ 4.663,75), foi proposta pela deputada federal Mara Gabrilli (PSDB), que também é tetraplégica.

3) Campeões das Copas de 1958, 1962 e 1970
Dos 29 jogadores da seleção brasileira campeões das Copas de 1958, 1962 e 1970 que ainda estão vivos, 19 recebem pensão mensal, especial e vitalícia no limite máximo da Previdência (R$ 4.663,75).

O benefício é pago desde 2012, quando foi incluído na Lei Geral da Copa. Naquele ano, todos os campeões (eram 30 vivos, na época) ainda receberam um prêmio de R$ 100 mil cada um.

“A profissão de jogador de futebol não era regulamentada. Esses jogadores não tiveram a oportunidade de ter uma aposentadoria. Trabalharam mais de 20 anos e não conseguiam parar de jogar e ter uma estabilidade financeira. Alguns morreram por não ter condições de cuidarem da própria saúde, como Joel Camargo e Félix”, diz Marcelo Izar Neves, filho do goleiro Gilmar e presidente da associação dos campeões mundiais, criada em 2006.

4) Mãe de Roberto Vicente da Silva
Em janeiro de 1972, o soldado Roberto Vicente da Silva foi detido em um batalhão na cidade de Barra Mansa (RJ). O Exército alegou que investigava um caso relacionado ao uso de maconha e ao tráfico de drogas.

Dois dias depois, Maria Aparecida da Silva, sua mãe, foi informada, que o filho estava doente e que havia sido levado para um hospital do Exército. A família o encontrou todo machucado, com curativos.

O soldado morreu 13 dias depois, em decorrência das torturas cometidas durante os interrogatórios. A pensão é paga a ela desde 2008.

5) Pessoas atingidas pela hanseníase submetidas a internação compulsória até 1986
Entre 1923 e 1962, homens, mulheres e crianças doentes de hanseníase eram, por lei, internados contra a própria vontade em hospitais-colônias.

Muitos tiveram de deixar os filhos em educandários. Mesmo com o fim da política oficial do governo, algumas pessoas continuaram vivendo nesses hospitais.

Instituído por lei em 2007, o benefício reconhece que o Estado brasileiro violou direitos dos portadores da doença. Hoje, 6.608 pessoas recebem pensão do governo. O valor total do benefício pago é de R$ 6,7 milhões, por mês.

6) Orlando Lovecchio Filho
Em março de 1968, o corretor Orlando Lovecchio Filho, que não tinha nenhum envolvimento com política, estacionava seu carro na garagem do Conjunto Nacional, na avenida Paulista, na região central de São Paulo, quando uma bomba explodiu.

No prédio, ficava o consulado dos EUA. O artefato havia sido preparado por militantes da ALN (Ação Libertadora Nacional). Orlando, então com 22 anos, perdeu parte da perna esquerda.

“Meu consolo foi pensar no Roberto Carlos”, contou à Folha, em 2012. A lei que estabelece pensão especial para ele foi sancionada em 2004.

7) Parente de Lyda Monteiro da Silva
Em 1980, uma carta-bomba foi enviada à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), no Rio, endereçada ao presidente da entidade. Quem abriu a correspondência foi a secretária Lyda Monteiro da Silva, que não resistiu aos ferimentos causados pela explosão.

Uma lei determinando o pagamento de pensão ao seu filho Luiz Felippe Monteiro Dias foi assinada em 2003, pelo presidente Lula.

8) Pais do soldado Mário Kozel Filho
Em junho de 1968, um caminhão-bomba foi jogado por integrantes da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) contra o quartel-general do 2º Exército, no Ibirapuera, em São Paulo, matando o soldado Mário Kozel Filho.

Em 2003, o presidente Lula assinou uma lei concedendo pensão especial, mensal e vitalícia aos pais do soldado.

9) Mulher de Orlando Villas Boas
Em 1999, o presidente Fernando Henrique Cardoso assinou uma lei garantindo aos irmãos Cláudio (1916-1998) e Orlando Villas Boas (1914-2002), sertanistas que idealizaram o Parque do Xingu (MT), uma pensão especial vitalícia pelos “relevantes serviços prestados à causa indígena brasileira”.

Com a morte de Orlando, há 13 anos, sua mulher, Marina Lopes de Lima Villas Boas, passou a receber o benefício.

10) Dependentes de vítimas fatais de hepatite adquirida por contaminação em Caruaru (PE)
Por causa de cianobactérias presentes na água tirada de uma barragem por carros-pipa e usada em hemodiálises, 126 pessoas foram intoxicadas quando passavam pelo procedimento num instituto de Caruaru (PE), em fevereiro de 1996. Ao menos 60 pessoas morreram.

Ainda em dezembro daquele ano, o presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou uma lei que concedia pensão para as vítimas e seus parentes. Hoje, 58 pessoas são beneficiadas.

11) Tetraneta de Tiradentes
Graças a uma lei proposta durante o governo Itamar Franco e assinada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, Lúcia de Oliveira Menezes, tetraneta de Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira (1789), recebe R$ 215,70 como pensão.

O benefício é dado a ela desde 1996. Em 2011, duas outras tetranetas de Joaquim José da Silva
Xavier anunciaram que tentariam o benefício, mas acabaram desistindo devido à repercussão do caso.

12) Vítimas do acidente com césio-137, em Goiânia
O maior acidente radioativo do Brasil aconteceu em 1987, em Goiânia, depois que catadores de lixo encontraram um aparelho de radioterapia inutilizado dentro de um prédio abandonado, onde funcionara uma clínica. O aparelho foi aberto, o que causou o vazamento do césio-137 e a contaminação de centenas de pessoas.

Nove anos após o acidente, o presidente Fernando Henrique Cardoso assinou uma lei concedendo pensão especial aos afetados pela tragédia. Atualmente, 240 pessoas são beneficiadas. O valor total gasto é de R$ 189 mil, por mês.

13) ‘Soldados da borracha’
Os seringueiros que trabalharam na Amazônia durante a Segunda Guerra e seus dependentes são os maiores beneficiários das pensões especiais no país: são 11.794 benefícios, que movimentam por mês quase R$ 17 milhões. O valor supera as pensões pagas aos anistiados: R$ 9,5 milhões para 965 pessoas.

O pagamento foi determinado por uma lei assinada pelo presidente José Sarney, em 1989. Os seringueiros foram recrutados após um decreto do governo para trabalhar nos últimos anos da Segunda Guerra nos seringais da Amazônia. O produto extraído abastecia a indústria de armas americana.

14) Pedro Paulo Kossobuski
Lei sancionada pelo presidente João Figueiredo em 1981 concede pensão a Pedro Paulo Kossobuski, “considerado inválido em consequência da explosão acidental de uma granada de mão ofensiva, em 20 de dezembro de 1962, no município de Ponta Grossa (PR)”, segundo o texto assinado. Hoje, o valor da pensão é de R$ 1.576.

15) João Supren Filho
Também no valor de R$ 1.576 é a pensão pega a João Supren Filho, “inválido em consequência de acidente ocorrido em área de exercício militar”, segundo a lei assinada pelo presidente Ernesto Geisel, em 1977.

16) Beneficiário de Eneu Gonçalves de Paula
Durante uma expedição de pacificação com os índios cintas-largas em 1970, o cabo Eneu Gonçalves de Paula morreu em decorrência de uma hepatite. Seus beneficiários recebem pensão desde 1971, devido a uma lei assinada pelo presidente Médici.

17) Dependentes dos integrantes da expedição Calleri
Em outubro de 1968, o padre italiano Giovanni Calleri foi contratado pelos militares. Devido ao plano de abrir a BR-174, no Amazonas, o religioso teve a função era amansar os índios waimiri-atroari. Calleri e sua equipe acabaram mortos a flechadas.

Desde 1969, devido a uma lei sancionada pelo presidente Costa e Silva, os descendentes de oito integrantes da expedição ganharam o direito de receber pensões. Hoje, três ainda são pagas, no valor total de R$ 2.364.

18) Maria Thereza Goulart
A lei que beneficia Maria Thereza Fontella Goulart, viúva de João Goulart, existe desde 1952, e vale para todas as viúvas de ex-presidentes da República. Maria Thereza ficou viúva em 1976.

Fontes: Ministérios da Fazenda e da Previdência Social

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Conheça outros casos de presos por engano durante a ditadura brasileira https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2015/05/13/conheca-outros-casos-de-presos-por-engano-durante-a-ditadura-brasileira/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2015/05/13/conheca-outros-casos-de-presos-por-engano-durante-a-ditadura-brasileira/#respond Wed, 13 May 2015 10:00:17 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=2484 LUÍS EBLAK, COORDENADOR-ADJUNTO DA AGÊNCIA FOLHA

Milhares de pessoas foram torturadas pelas forças policiais da ditadura civil-militar brasileiro de 1964-85, mas há casos em que as vítimas afirmam que, inclusive, foram presas por engano –ou pelo menos, não tiveram chance nenhuma para se defender das acusações.

O blog Brasil trouxe, nesta segunda (11), a história do lavrador aposentado Eduardo Rodrigues, que afirma ter sido o primeiro preso da Guerrilha do Araguaia. Com um detalhe: ele garante nunca ter sido guerrilheiro.

No domingo (10), esta Folha trouxe o relato do ex-comissário de bordo José Omar de Morais, que chegou a ser interrogado sob suspeita de ter ajudado terroristas a sequestrar um avião em 1970.

Na lista das injustiças cometidas pelos generais e seus subalternos, eles não estão sós. O blog Brasil relembra abaixo outros casos conhecidos e cita ainda um capítulo polêmico na história do Brasil contemporâneo, o de justiçamentos.

MADRE MAURINA

Um dos casos mais emblemáticos é o da freira Maurina Borges da Silveira (1928-2011), que foi presa em Ribeirão Preto, em 1969, porque seu nome aparecia na lista de assinantes de um jornal bancado por integrantes de um grupo guerrilheiro.

Não era sequer simpatizante de grupos esquerdistas. Após sua prisão, falou-se que ela foi estuprada por policiais e acabou tendo um filho.

A este repórter a religiosa negou o estupro e o filho e atribuiu os boatos aos “ricos de Ribeirão” –expressão usada por ela. Como diretora de um orfanato para pobres, ela disse que rejeitara, pouco tempo antes da prisão, filhos de mulheres solteiras e ricas da cidade. “Acho que isso acabou influenciando de algum jeito o que me ocorreu depois”, afirmou à época.

MÁRIO OBA

Por duas vezes no início dos anos 1970, forças da repressão militar prenderam e torturam o jovem Mário Oba. Eles queriam saber de ações da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), uma das organizações clandestinas da época.

Quem na verdade os militares procuravam era outro Mário, que se chamava Chizuo Osava e era conhecido na luta armada como Mário Japa. O caso foi revelado pela Folha em 2011.

MIGUEL SÁBAT NUET

Em épocas de período de exceção, nem estrangeiros ficam imunes à repressão. Um deles foi o espanhol Miguel Sábat Nuet, morto em 1973 no Dops (um dos órgãos da polícia política), em São Paulo.

Nuet não tinha nenhuma militância conhecida em organizações de esquerda.

Por isso, o governo brasileiro reconheceu o erros anos depois e pediu perdão à família dele, que ainda foi indenizada em R$ 100 mil.

JUSTIÇAMENTOS

Se mortes ou tortura cometidas em ditaduras têm tudo para ferir os direitos básicos de qualquer cidadão, o que dizer então dos justiçamentos?

São casos que não podem ser classificados tecnicamente como “por engano” –até porque não seguiram nenhum procedimento jurídico.

Esta Folha já relatou alguns desses casos, como em 2012, quando reportagem do jornal contou quatro episódios. Um deles foi o de Carlos Alberto Maciel Cardoso, ex-militante da ALN (Ação Libertadora Nacional) –maior organização clandestina da esquerda na última ditadura.

Cardoso foi morto no Rio em 1971. A acusação contra ele era basicamente a mesma usada em casos de justiçamentos: traição. No caso de Cardoso, integrantes da ALN entenderam que ele entregou colegas da organização depois que foi preso pela Polícia Federal.

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Norte do país teve a campanha mais cara para governador https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2014/12/10/norte-do-pais-teve-a-campanha-mais-cara-para-governador/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2014/12/10/norte-do-pais-teve-a-campanha-mais-cara-para-governador/#respond Wed, 10 Dec 2014 09:00:35 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=2297 JULIANA COISSI, DE SÃO PAULO

Pouco populoso, extenso e com dificuldades de deslocamento, o Norte do país concentrou os Estados mais caros para os candidatos a governador nas eleições deste ano.

Considerando os gastos de campanha, o voto para governador no Brasil custou em média R$ 4,45 por eleitor, segundo dados tabulados pela Folha com base na prestação de contas apresentadas pelas candidaturas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Em Roraima, porém, os candidatos desembolsaram bem mais. A campanha mais cara do país, ao custo de R$ 29,27 por eleitor, foi arcada pelo PSB de Chico Rodrigues, que tentou, sem sucesso, se reeleger. Também em vão, o PT de Angela Portela investiu R$ 14,70 com cada um dos 299 mil eleitores. Para a vitoriosa Suely Campos (PP), a campanha saiu mais barata: R$ 2,25 por eleitor.

A administração de Roraima, aliás, sofre turbulência. O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) cassou no início de novembro o atual mandato de Rodrigues por gastos ilícitos em campanha, mas nova decisão do tribunal o mantém no cargo até julgamento de recurso que ele apresentou à Justiça.

O governador Chico Rodrigues (PSB-RR) prega cartaz de sua campanha - Divulgação
O governador Chico Rodrigues (PSB-RR) prega cartaz de sua campanha – Divulgação

Rondônia teve a segunda campanha mais cara do país, proporcionalmente. O PMDB investiu R$ 15,58 por eleitor e conseguiu eleger Confúcio Moura.

Na sequência de campanhas mais caras, aparece o Mato Grosso do Sul. Delcídio do Amaral (PT) gastou R$ 14,66 por eleitor, mas quem venceu foi Reinaldo Azambuja (PSDB), com a quinta campanha mais cara do país, proporcionalmente: R$ 13,92 por eleitor.

Fernando Pimentel, petista eleito em Minas Gerais, teve a campanha mais cara do Brasil em valores absolutos: R$ 52,1 milhões. Mas como Minas tem o segundo maior colégio eleitoral do país, com 15,2 milhões de eleitores, cada um custou ao PT em Minas R$ 3,42.

MAIOR INVESTIMENTO

Entre todos os partidos, o PT foi que mais gastou com as campanhas de seus 17 candidatos a governador: R$ 313,6 milhões. Conseguiu vitória em MG, BA, AC, PI e CE.

Em seguida, aparece o PMDB, com gastos de R$ 309,3 milhões na campanha de 18 governadores e o PSDB, que investiu R$ 207,1 milhões em candidaturas próprias em 12 Estados.

Por outro lado, o partido mais “pão-duro” do país foi o PCO, que gastou R$ 4.873,32 com campanhas a governador em quatro Estados.

O PSOL foi onipresente nas eleições para governador. O partido decidiu lançar candidato próprio em todos os 26 Estados e no Distrito Federal. Não venceu em nenhum deles. O gasto total foi de R$ 1,296 milhão.

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Empresas, obras e até adutoras podem ganhar o nome de Eduardo Campos https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2014/11/24/empresas-obras-e-ate-adutoras-podem-ganhar-o-nome-de-eduardo-campos/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2014/11/24/empresas-obras-e-ate-adutoras-podem-ganhar-o-nome-de-eduardo-campos/#respond Mon, 24 Nov 2014 09:00:27 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=2282 DANIEL CARVALHO, DO RECIFE

Se depender dos vereadores recifenses e dos deputados estaduais pernambucanos, a memória do ex-governador Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em agosto deste ano, estará preservada para sempre e em diversas obras do Estado.

As duas Casas, juntas, têm 13 projetos para dar o nome do pernambucano a rodovias, avenida, escola, parque industrial, hospital, posto de saúde, barragem, complexo turístico, empresas estatais e até adutoras. Apenas um já foi sancionado.

A maioria são projetos de lei (nove na Assembleia Legislativa e dois na Câmara Municipal). Há também um projeto de resolução para instituir a categoria “Político Governador Eduardo Campos” da Medalha Leão do Norte.

O mérito agraciaria “pessoas físicas que tenham se destacado nas práticas políticas no Estado de Pernambuco”, segundo justificativa do deputado estadual Ricardo Costa (PMDB).

O deputado Fernando Coutinho (PSB) foi o primeiro a ter o projeto/homenagem aprovado. Denominou o conjunto de porto, terminal de passageiros, museu e centro de artesanato no centro do Recife de “Complexo Turístico Portuário Governador Eduardo Campos”. A obra foi parcialmente inaugurada pelo ex-governador.

Os deputados pernambucanos também querem honrar a memória do líder pessebista rebatizando duas empresas estatais.

Pelo projeto do ex-secretário de Turismo Alberto Feitosa (PR), a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) passaria a se chamar “Empresa de Turismo de Pernambuco Governador Eduardo Campos”.

E a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) seria batizada de “Companhia Editora de Pernambuco Governador Eduardo Campos”, pelo projeto do líder do governo, Waldemar Borges (PSB), campeão na proposição de homenagens, com ao menos três projetos apresentados.

Borges também quer batizar o “Parque Industrial Governador Eduardo Campos”, em Bezerros, e o “Ramal Governador Eduardo Campos”, entre os municípios de São Lourenço da Mata e Camaragibe.

Já o deputado Everaldo Cabral (PP) não se contentou em apresentar apenas um projeto de lei e fez um “apelo” ao governo federal para que um trecho da BR-101 chame-se Rodovia Governador Eduardo Campos.

CÂMARA

Na Câmara do Recife, os autores dos dois projetos são pessebistas. O vereador Estefano Menudo quer batizar um posto de saúde como “Governador Eduardo Campos”.

Já o colega dele Felipe Francismar quer que a Via Mangue, avenida inaugurada pela metade pela presidente Dilma Rousseff e que deveria ter ficado pronta para a Copa do Mundo, passe a se chamar “Via Mangue Governador Eduardo Campos”.

Hoje, o nome oficial da via é avenida Celso Furtado (1920-2004), economista e um dos mais importantes intelectuais do país no século 20.

O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), também prometeu homenagear seu padrinho político. Batizará com o nome de Campos um centro comunitário que deve inaugurar até o final deste ano na zona norte da cidade.

O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos - Moacyr Lopes Junior/Folhapress
O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em agosto – Moacyr Lopes Junior/Folhapress

Veja lista de obras, prêmios e empresas que podem ser batizadas de “Governador Eduardo Campos”

Na Assembleia Legislativa:

Projeto de resolução nº 2083/2014 – institui o mérito “Político Governador Eduardo Campos” nas categorias da Medalha Leão do Norte

Projeto de lei ordinária nº 084/2014 – denomina “Complexo Turístico Portuário Governador Eduardo Campos” o conjunto constituído pelo Porto do Recife, Terminal de Passageiros, Museu Cais do Sertão e Centro de Artesanato de Pernambuco*

Projeto de lei ordinária nº 2100/2014 – denomina de “Barragem Governador Eduardo Campos” o reservatório hídrico Una dos Cordeiros no município de São Bento do Una

Projeto de lei ordinária nº 2101/2014 – acrescenta a denominação “Governador Eduardo Campos” à Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur)

Projeto de lei ordinária nº 2103/2014 – denomina a Adutora do Agreste “Adutora do Agreste Governador Eduardo Campos”

Projeto de lei ordinária nº 2105/2014 – altera a denominação da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) – “Companhia Editora de Pernambuco Governador Eduardo Campos”

Indicação nº 8683/2014 – apela ao governo federal para que um trecho da BR-101 chame-se “Rodovia Governador Eduardo Campos”

Projeto de lei ordinária nº 2111/2014 – altera a denominação do Hospital do Câncer de Pernambuco para “Hospital do Câncer de Pernambuco Governador Eduardo Campos”

Projeto de lei ordinária nº 2119/2014 – denomina “Parque Industrial Governador Eduardo Campos” o Parque Industrial de Bezerros

Projeto de lei ordinária nº 2127/2014 – denomina de “Ramal Governador Eduardo Campos” a via de ligação entre a BR-408, em São Lourenço da Mata, e a avenida Belmínio Correia, em Camaragibe

Projeto de lei ordinária nº 2132/2014 – denomina “Escola Técnica Estadual Governador Eduardo Campos” a escola técnica estadual no município de São Lourenço da Mata

Na Câmara Municipal do Recife:

Projeto de lei nº 153/2014 – denomina “Via Mangue Governador Eduardo Campos” a atual avenida Celso Furtado, conhecida como Via Mangue, no Bairro de Boa Viagem

Projeto de lei nº 191/2014 – fica denominada “Governador Eduardo Campos” a próxima Upinha 24 Horas inaugurada no Recife

*Sancionado pelo governador João Lyra Neto (PSB) no dia 4 de novembro.

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