Brasil https://brasil.blogfolha.uol.com.br Histórias e personagens pelo país afora Thu, 28 Oct 2021 12:12:47 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Aos 13 anos, touro mais temido das arenas inicia processo de aposentadoria https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2018/09/25/aos-13-anos-touro-mais-temido-das-arenas-inicia-processo-de-aposentadoria/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2018/09/25/aos-13-anos-touro-mais-temido-das-arenas-inicia-processo-de-aposentadoria/#respond Tue, 25 Sep 2018 10:01:47 +0000 https://brasil.blogfolha.uol.com.br/files/2018/09/1723741-320x213.jpeg https://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=3699 Marcelo Toledo
RIBEIRÃO PRETO

Após encerrar mais uma participação como principal touro da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos (a 423 km de São Paulo), o touro Bipolar iniciou o processo de aposentadoria das arenas.

Aos 13 anos, o animal, que pesa 1.100 quilos e há dois anos não é batido por nenhum peão, começará a sair gradativamente de cena, até deixar de ser levado para rodeios.

Bipolar mora na fazenda Santa Marta, em Icém, faz parte do plantel do tropeiro Paulo Emílio Marques e passou a integrar, em agosto, o top 3 de touros no mundo. Hoje é o segundo no ranking.

A colocação –pela primeira vez um touro brasileiro chega a essa posição– foi impulsionada pelo desempenho em Barretos, onde derrubou o peão Danilo Torres Sobrinho na última montaria do Barretos International Rodeo.

Se parasse no touro os oito segundos exigidos pelo regulamento para que a montaria fosse validada, o competidor levaria o título e uma camionete de R$ 250 mil. Suportou apenas quatro segundos.

Bipolar tem seis anos de atuação em rodeios, carreira que, para seu dono, teve alto nível desde o início. “Superou todas as expectativas de um touro atleta. Geralmente eles competem de três a quatro anos, mas ele é diferente, manteve o alto nível”, disse o tropeiro.

Não há uma estimativa oficial sobre o total de peões derrubados pelo touro em sua carreira, mas o tropeiro calcula que cerca de 700 montarias terminaram com vitória de Bipolar.

Dez peões conseguiram parar o tempo regulamentar sobre o touro, o último deles há mais de dois anos.

Ao se aposentar definitivamente, o que ainda não tem prazo definido para ocorrer, o animal terá amealhado 80 fivelas de melhor touro em festas de peão e três eleições de melhor do ano –2012, 2016 e 2017.

 

O lendário touro Bandido, que morreu em 2009 e ganhou memorial (Edson Silva – 14.ago.2003/Folhapress)

LENDAS

Na fazenda em que vive, será erguido um memorial para o touro Agressivo, que ocupou o posto de mais temido antes de Bipolar e que morreu em julho. Com artrose, o animal estava aposentado desde 2015 e morreu aos 17 anos.

Paulo Emílio foi dono também do touro Bandido, que morreu em 2009 devido a um câncer e que foi enterrado no Parque do Peão de Barretos. No local, foi erguido um monumento a ele.

Na fazenda em Icém, há 160 animais de rodeios, preparados com treinos de fortalecimento muscular, exercícios diários e exames de saúde a cada dois meses. Em caso de lesões, são submetidos a sessões de acupuntura.

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Hospital de Barretos cria oficina para fabricar prótese para paciente de câncer https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2018/08/23/hospital-de-barretos-cria-oficina-para-fabricar-protese-para-paciente-de-cancer/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2018/08/23/hospital-de-barretos-cria-oficina-para-fabricar-protese-para-paciente-de-cancer/#respond Thu, 23 Aug 2018 10:15:16 +0000 https://brasil.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/BARRETOS-320x213.jpg https://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=3674 Marcelo Toledo
RIBEIRÃO PRETO

Referência no tratamento de câncer no país, o Hospital de Amor –novo nome do Hospital de Câncer de Barretos– inaugurou uma oficina ortopédica para produzir próteses e órteses para pacientes amputados em decorrência da doença. As principais amputações ocorrem em crianças.

Em média, o hospital tem uma cirurgia de amputação por semana devido a sequelas ocasionadas pelo câncer e pretende produzir ao menos uma prótese por dia.

O médico Daniel Marconi, 36, coordenador do departamento de radioterapia do hospital, disse que o núcleo, aberto na última sexta (17), torna o hospital o primeiro oncológico do país a ter um setor específico para fabricar próteses e que todos os pacientes são candidatos a passar por algum tipo de reabilitação.

“Com o aumento da taxa de cura e melhorias do tratamento, cada vez mais há pacientes sobrevivendo, mas as condições em que eles são liberados à sociedade ainda não são as adequadas. O hospital oncológico acaba não fazendo devidamente a reabilitação que deveria fazer antes de devolver o paciente à sociedade.”

Por isso, conforme o médico, o objetivo é que o paciente deixe o hospital não só curado, mas também reabilitado. A oficina é uma extensão do projeto Bella Vita, de reabilitação e assistência, que inclui sessões de equoterapia e terapia robótica.

Segundo ele, a maioria das amputações ocorrem em crianças, que têm diagnóstico de um tumor que atinge os ossos. “Como estamos num país mais pobre, em que o diagnóstico demora, muitas vezes o caso chega em estágio avançado.”

O radioterapeuta nasceu com uma deficiência física no pé, o que o obriga a utilizar uma prótese e que também o motivou a trabalhar com as pessoas carentes que são atendidas no hospital.

“Eu só soube na faculdade que poderia usar uma meia de silicone que custa R$ 20 e não me causaria problemas com a prótese. Imagine as pessoas que não têm acesso a esse tipo de informação. A ideia é, também, levar informação a elas.”

As próteses para amputados devido a algum tipo de câncer em geral são as mesmas usadas pelas pessoas que sofreram amputação por causa de acidente.

Mas há diferenças a serem observadas, segundo Marconi. “Parte dos pacientes é imunossuprimida e o surgimento de escaras e feridas é mais preocupante. Além disso, muitas vezes a protetização é mais tardia quando comparada a outros pacientes, pois o tratamento oncológico eventualmente posterga esse processo.”

QUEDA

O médico disse que a evolução dos tratamentos ao longo dos anos tem diminuído a necessidade de amputação mas, desde o início, o paciente é informado da possibilidade de que isso ocorra.

“Os objetivos do tratamento oncológico são, em primeiro lugar, a vida do paciente e, secundariamente, a manutenção de um membro minimamente funcional ou com preservação estética.”

O hospital tem um indicador de preservação de membros de 71%, o que significa que os outros pacientes já chegam para tratamento sem perspectiva da cirurgia preservadora.

“O fornecimento de próteses e órteses por convênios médicos não é obrigatório. Assim, na grande maioria das vezes, o paciente fica desassistido”, afirmou.

Equipamentos que poderão ser produzidos na oficina inaugurada no hospital de Barretos (Divulgação)

LÍDER EM PESQUISAS

Além de inaugurar a oficina de próteses, o hospital recebeu em julho a informação de que lidera um ranking de pesquisa na área da saúde na América Latina.

O levantamento, feito pelo Scimago Institutions Rankings, coloca o hospital de Barretos à frente de instituições como Fundação Oswaldo Cruz e Instituto Butantã.

O ranking contempla os resultados em impacto social, pesquisa e inovação num período de cinco anos. Foram classificadas 5.637 instituições, das quais 903 do setor de saúde.

Na América Latina, 33 centros de saúde foram avaliados, 11 deles no Brasil. Considerando-se todos os setores, o hospital ficou na oitava colocação. O investimento anual em pesquisa é de R$ 10 milhões.

“[O ranking] É um termômetro que permite comparar nossa instituição não só com outras, mas também com nós próprios ao longo do tempo. Isso é o mais importante”, disse o médico Rui Reis, diretor-executivo e científico do instituto de ensino e pesquisa do hospital.

Ele afirmou que tem apostado em parcerias com startups e que as pesquisas não podem deixar de ter investimentos. “É uma área que não pode ter períodos de seca. Teríamos de voltar atrás e começar tudo de novo.”

O Hospital de Amor foi fundado há 56 anos e faz em média 6.000 atendimentos diários, todos gratuitos. Além da primeira unidade, em Barretos, há outros dois hospitais, em Jales (SP) e Porto Velho (RO), para tratar pacientes que já têm a doença.

A rede conta ainda com institutos de prevenção para exames de diagnóstico precoce em nove cidades de cinco estados.

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Hospital de Câncer de Barretos põe mais cinco carretas de prevenção à doença nas rodovias do país https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2017/11/07/hospital-de-cancer-de-barretos-colocara-mais-cinco-carretas-de-prevencao-a-doenca-nas-rodovias-do-pais/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2017/11/07/hospital-de-cancer-de-barretos-colocara-mais-cinco-carretas-de-prevencao-a-doenca-nas-rodovias-do-pais/#respond Tue, 07 Nov 2017 09:05:28 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=3487 POR MARCELO TOLEDO, EM RIBEIRÃO PRETO

Iniciado em 1994 com uma bicicleta, o trabalho de prevenção ao câncer desenvolvido pelo Hospital de Câncer de Barretos (a 423 km de São Paulo) terminará o ano com 23 unidades móveis de combate a variadas formas da doença aptas a rodar pelo país.

Essas novas unidades deverão iniciar o trabalho de prevenção entre janeiro e fevereiro, ampliando em 800 os atendimentos diários do hospital, referência no tratamento da doença no país, no setor de prevenção.

Atualmente, há nove unidades fixas de prevenção –São Paulo (três), Mato Grosso do Sul (duas), Rondônia (duas), Bahia e Sergipe (uma cada)– e 18 unidades móveis. Serão abertas até o fim do ano unidades fixas (prédios) em mais dois Estados, Amapá e Acre, para atender casos de câncer de mama, colo de útero, pele, boca e pulmão.

Nessas nove unidades preventivas são atendidas 4.200 pessoas diariamente, segundo Rafael Haikel Júnior, diretor médico das unidades de prevenção do Hospital de Câncer de Barretos.

Essas carretas funcionam como “satélites” das instalações fixas, orbitando num raio de 250 quilômetros de onde os prédios estão instalados.

Uma das unidades de prevenção do hospital de Barretos – Crédito: Divulgação

Além de evitar complicações de saúde –objetivo principal das ações de prevenção–, o trabalho feito pelo hospital também tem como meta reduzir custos dos tratamentos.

De acordo com Haikel Júnior, um câncer de mama, quando descoberto na fase inicial, tem um tempo médio de tratamento de seis meses (até que a mulher retome atividades habituais), com chance de cura de 98% e custo hospitalar de R$ 10.500.

Já quando a doença é descoberta em estágio avançado, as chances de cura caem para 40% e a paciente só consegue voltar às atividades normais em dois anos e meio, com um custo no tratamento de R$ 144.200.

Mama e colo de útero representam até 70% dos casos nas unidades de prevenção. No hospital em Barretos, o índice é de 30%.

PRIMÓRDIOS

Embora tenha iniciado com uma bicicleta, o projeto mais intenso de prevenção começou a ser desenvolvido em 2002, com o uso de um ônibus adaptado para avaliar possíveis casos de câncer de mama.

Antes do início dos atendimentos país afora, o hospital tinha índices de 14% de casos de câncer de mama inicial e 70% de casos de mama avançados.

Dez anos após o início do projeto, o índice de casos de câncer de mama em fase inicial chegou a 86%. “Dentro das nossas unidades não houve nenhum caso de câncer de mama avançado”, disse. Segundo ele, só pelo número o projeto já se justificaria.

O trabalho de prevenção era um sonho de Paulo Prata, fundador do hospital e pai do atual gestor, Henrique Prata.

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A história do cavaleiro que viajou até o ‘fim do mundo’ e quer mais https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2017/10/10/a-historia-do-cavaleiro-que-viajou-ate-o-fim-do-mundo-e-quer-mais/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2017/10/10/a-historia-do-cavaleiro-que-viajou-ate-o-fim-do-mundo-e-quer-mais/#respond Tue, 10 Oct 2017 10:10:04 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=3457 POR MARCELO TOLEDO, EM BARRETOS

Após viajar até o “fim do mundo”, numa saga que durou três anos e meio viajando a cavalo, o brasileiro Filipe Masetti Leite se prepara para mais uma missão. Uma gelada missão.

Depois de ir de Calgary (Canadá) a Espírito Santo do Pinhal (SP), sua cidade, e dela até Ushuaia (Argentina), o cavaleiro agora quer percorrer um trajeto de 5.000 quilômetros entre Calgary (Canadá) e o Alasca.

Como nas viagens anteriores, ela será feita com a companhia de cavalos, seus fiéis escudeiros durante as duas viagens anteriores, numa aventura iniciada em 2012.

 

O cavaleiro Filipe Masetti Leite em viagem a Ushuaia (Argentina) – Crédito: Divulgação

O objetivo com a terceira jornada é completar a viagem pelo continente americano, de norte a sul.

A primeira viagem durou dois anos e três meses, entre julho de 2012 e setembro de 2014, de Calgary a Espírito Santo do Pinhal, após passar por Barretos durante a Festa do Peão de Boiadeiro. No total, foram percorridos 16 mil quilômetros e dez países.

Já a segunda foi iniciada em abril do ano passado, em Pinhal, e concluída há três meses, em Ushuaia.

“Essa viagem era o sonho da minha vida. Meu pai é apaixonado por animais e me pôs em cima de uma sela antes de eu andar. Quando tinha meses de vida, já estava cavalgando com ele.”

Leite foi com a família para o Canadá quando tinha nove anos. Estudou jornalismo no país e ficou sozinho em Toronto após os pais regressarem ao Brasil.

“Tinha acabado a faculdade, estava quebrado, sem dinheiro. Busquei patrocínio, mas me chamavam de louco, diziam que eu ia morrer, que não dava para cavalgar assim em pleno século 21”, disse.

Uma produtora comprou a ideia e bancou os gastos de Leite, que utilizou dois cavalos doados por ranchos nos EUA.

De acordo com o cavaleiro, não houve um dia sequer em que não precisou de auxílio de desconhecidos na estrada, seja para alimentar os animais ou para encontrar comida para si próprio.

“Só tomava água depois deles [os animais], e nem sempre era fácil achar. Mas fui bem recebido em todos os lugares. Quando estava na Guatemala, uma família deu a única galinha que tinha para eu comer. Na segunda viagem, peguei um tempo muito seco na Argentina e, quando ganhei um litro de água gelada, chorava de alívio com a água no rosto.”

Para o cavaleiro, a segunda viagem foi mais difícil, por ter levado seis meses para ultrapassar a Patagônia. Os ventos fortes e o frio, que chegou a 16ºC negativos, foram os principais obstáculos.

“Havia neve até o joelho dos cavalos. Fiquei 15 dias sem tomar banho até chegar na próxima cidade. Era muito difícil mentalmente. O que me ajudou foi a bondade das pessoas.”

O cavaleiro em Ushuaia (Argentina), após concluir a segunda viagem – Crédito: Divulgação

 

Um veículo de apoio o acompanhou na empreitada. No Sul do Brasil, um amigo dirigiu. Já no Uruguai, um jovem o acompanhou por um mês. Na Argentina, por sua vez, foi preciso andar 150 quilômetros a cavalo até achar alguém disposto. Todos voluntários.

Um jovem surgiu e o acompanhou por seis meses até o “fim do mundo”.

Agora, a previsão é que conclua a viagem até o Alasca em um ano, a partir de 2019. De quatro a cinco meses, porém, ele deve ficar parado em algum ponto de apoio, devido ao inverno rigoroso.

ANIMAIS

Questionado sobre críticas que recebeu ao chegar ao país sobre suposto abuso dos animais durante as viagens –por causa das longas distâncias percorridas–, Leite afirmou que quem fala isso não sabe o tanto que ele respeita os cavalos.

“Ouvi muitas besteiras quando cheguei ao país vindo do Canadá. Literalmente, é muito fácil ver o amor que tenho pelos animais. Quando você passa 24 horas por dia com um animal, você só pode respeitá-lo. Eu vivo com animais. Não é que tenho animal, eu vivo por eles.”

Os cavalos usados nas viagens até aqui foram aposentados por Leite, que disse gastar mensalmente R$ 700 para cuidar da alimentação e saúde deles.

As aventuras do cavaleiro foram reunidas no livro “Cavaleiro das Américas” (Harper Collins Brasil, 328 págs.), lançado em agosto.

Além de histórias sobre a viagem, a obra tem oito páginas de fotos coloridas dos cenários da epopeia.

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