Brasil https://brasil.blogfolha.uol.com.br Histórias e personagens pelo país afora Thu, 28 Oct 2021 12:12:47 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 A saga do juiz que reuniu 3.000 obras sobre Alagoas https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2019/08/08/a-saga-do-juiz-que-reuniu-3-000-obras-sobre-alagoas/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2019/08/08/a-saga-do-juiz-que-reuniu-3-000-obras-sobre-alagoas/#respond Thu, 08 Aug 2019 12:02:33 +0000 https://brasil.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/maceio-320x213.jpeg https://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=3945 Wagner Chevalier

MACEIÓ A união de duas paixões –o direito e a história– motivou o juiz e historiador alagoano Claudemiro Avelino de Souza a iniciar uma “via-crúcis” à procura de livros raros em sebos locais e de outros estados.

Era um projeto pessoal para resgatar a memória da Justiça em Alagoas, mas, durante as pesquisas, algumas “gratas surpresas” revelaram outro caminho.

O resultado é que hoje sua coleção sobre o universo alagoano ou com escritores do estado já conta com cerca de 3.000 obras, do total do seu acervo, de cerca de 12 mil livros.

Entre as preciosidades, está ‘Terra das Alagôas’, obra de 1922, de AD. Marroquim, editado em Roma pela Editori Maglione & Strini, quando se celebrava o 4° Centenário do Descobrimento do Brasil. O livro é uma das obras preferidas, segundo ele, pela densidade de informações e riqueza de imagens.

‘Terra das Alagôas’ (1922), de AD. Marroquim

“Despertei para a formação de um acervo de obras produzidas por alagoanos e sobre Alagoas – de todo e qualquer gênero de literatura produzida desde o século 19. Tive gratas surpresas e sorte nessa caminhada, pois, fui refinando o olhar para obras raras e desconhecidas, e de autoria de historiadores, juristas, poetas e literatos de um modo geral.”

Dos escritores alagoanos que o juiz resgatou, está um exemplar de 1922 de “Judas Isgorogota”, pseudônimo do poeta e jornalista Agnelo Rodrigues de Melo (1898-1979). De 1922 a 1973, produziu pelo menos duas dúzias de livros de poesias, inclusive infantis, além da novela humorística João Camacho, editada em 1938 e da colaboração para jornais do estado e nacionais.

Obra de 1922 de “Judas Isgorogota”, pseudônimo do alagonao Agnelo Rodrigues de Melo

Também há espaço, nas estantes, para coletânea de 1959 de poetas alagoanos, como Jorge de Lima, Jayme de Altavilla, Goulart de Andrade, Sabino Romariz, Matheus de Albuquerque e Silvestre Péricles. E ainda para a História do Estado, na obra “Alagoas e a Revolução”, do ano de 1933.

Parte dos 3.000 livros que falam sobre o estado ou que foram escritos ou traduzidos por alagoanos

Entre as obras raras do universo jurídico, está a segunda edição (1871) do ‘Vade Mecum Jurídico’, de autoria de José Próspero Jeová da Silva Caroatá, nascido em Penedo, Alagoas (a primeira edição é de 1866). “É uma obra que foi utilizada em todo o Brasil e, pela sua importância, foi reeditado por quase 50 anos”.

A coleção conta, ainda, com uma das primeiras obras de âmbito nacional sobre Processo Civil, de autoria de outro penedense Francisco Ignácio de Carvalho Moreira, o Barão de Penedo, entre outras obras históricas.

Outa joia são os dois volumes do juiz Francisco Luiz Corrêa de Andrade, da antiga Alagoas do Sul (hoje município de Marechal Deodoro), que comentou o Código de Processo Criminal do Império do Brasil nos idos de 1880.

Além do universo jurídico, a coleção inclui obras como o “Tratado da Educação das Meninas”, obra de Fenelon, traduzida do francês pelo alagoano Silva Titara, e publicada em 1833; ‘O bispo do Pará e a missão à Roma’, que foi publicada em Lisboa, pelo Barão de Penedo, em 1887.

“Tratado da Educação das Meninas”, traduzido para o português pelo professor alagoano José Correia da Silva Titara, e publicado no Brasil em 1833

E, ainda, obras do gramático e poeta Alexandre Passos, considerado o “Pai da Filologia” alagoana, por trabalhos como o “Compêndio da Gramática Portuguesa” (1848); “Dicionário Gramatical Português” (1865); “Gramática Filosófica” (1871); e “Táboas Gramaticais das Desinências Latinas ou Compêndio Auxiliar para o Estudo Latim”(1869).

Ele guarda algumas das raridades em seu apartamento, na capital, Maceió. A maior parte, porém, preserva no sítio em Penedo, no Baixo São Francisco. Nesta cidade, em cuja comarca atua há cerca de 20 anos, ele construiu um ateliê para restaurar e garantir a conservação dos livros.

O plano, no futuro, é deixar o acervo disponível ao público na forma de uma biblioteca. O local ainda não foi definido. Entre as opções cogitadas, estão a Academia Alagoana de Letras e Artes de Magistrados, a Escola Superior da Magistratura e a Fundação Casa do Penedo.

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Em 3º livro sobre Chico Xavier, escritor detalha episódios da vida do médium https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2018/11/08/em-3o-livro-sobre-chico-xavier-escritor-detalha-episodios-da-vida-do-medium/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2018/11/08/em-3o-livro-sobre-chico-xavier-escritor-detalha-episodios-da-vida-do-medium/#respond Thu, 08 Nov 2018 11:00:57 +0000 https://brasil.blogfolha.uol.com.br/files/2018/11/Saulo-Gomes-Chico-Xavier-e-Equipe-TV-Tupi-1968-320x213.jpg https://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=3748 Marcelo Toledo

RIBEIRÃO PRETO  O médium mineiro Chico Xavier (1910-2002) poderia ter sido um fazendeiro. Até foi, mas por apenas alguns segundos. Também poderia usar relógios caros que ganhou, mas não ficava com nada e destinava tudo o que recebia para as ações sociais que marcaram sua trajetória.

Cinquenta anos após ter entrevistado pela primeira vez o médium, o jornalista e escritor Saulo Gomes, 90, lançou “Nosso Chico” (ed. Intervidas), livro de 296 páginas que revela ou detalha casos envolvendo Chico.

Mas, passados 16 anos da morte do médium e depois de tudo o que já se foi falado dele, ainda há grandes novidades sobre a vida do principal ícone do espiritismo no país? Para Saulo, sim.

“Fui guardando material e o livro tem a transcrição de certidões de cartório e documentos escritos por bispos católicos agradecendo a doação de uma área em Goiás, onde hoje está erguida uma obra social para auxiliar crianças pobres”, afirmou o escritor.

Esse episódio se passa em 1975. Uma rica proprietária rural goiana doou ao médium uma fazenda, como agradecimento. Ele, porém, ficou com a propriedade por apenas alguns segundos.

“Do jeito que recebeu a fazenda ele doou, imediatamente. No ato. A propriedade rural foi uma das coisas valiosas que ele ganhou e não utilizou. Ganhou relógio de ouro de presente, ternos de tecidos finos, mas ele não ficava com nada, sempre destinava a algo que pudesse resultar em atendimento a quem precisava”, disse.

Segundo ele, há documentos que eram desconhecidos de familiares de Chico ou espíritas históricos no livro, resultado de uma convivência de mais de 30 anos com o médium e que foi lançado nesta quarta-feira (7) num shopping de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).

A obra também relata uma campanha feita para um hospital de Uberaba e seus desdobramentos, que incluíram o recebimento, pelo jornalista, de uma mensagem de Chico atribuída ao espírito Emmanuel, a quem o médium imputa a autoria de parte de suas obras.

Além de revisitar a primeira entrevista com o líder espírita mais popular do país, a obra completa uma trilogia que já teve “Pinga-Fogo” (2009) e “As Mães de Chico Xavier” (2011).

TRAJETÓRIA

Saulo tem 62 anos de atividades jornalísticas e, em 1968, conseguiu fazer com que o espírita rompesse um silêncio que já durava quase duas décadas e meia.

Desde 1944 Chico não concedia entrevistas, depois da repercussão da reportagem feita por Davi Nasser e Jean Manzon para a revista “O Cruzeiro”, que questionava a sua mediunidade e o mostrava ingênuo.

Em 1971, convenceu-o a ir ao “Pinga-Fogo”, programa de entrevistas da TV Tupi e que quase quatro décadas depois resultou no livro homônimo.

“Chico tinha o hábito de se referir a mim como ‘nosso Saulo’, pela amizade, e resolvi retribuir com ‘Nosso Chico’. Poucas vezes um repórter tem a chance de comemorar bodas de ouro de sua reportagem. Sendo com Chico, é muitíssimo especial”, afirmou, ao ser questionado sobre o título do livro.

Saulo disse que o segredo para manter acesa a chama literária aos 90 anos é ler muito, “o dia inteiro”. “Ler muito o dia inteiro, todo dia, sobre tudo quanto é assunto”, afirmou ele, que também é presidente da Abap (Associação Brasileira de Anistiados Políticos).

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Coletânea de contos e relatos retrata sacis pelo Brasil https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2017/02/07/coletanea-de-contos-e-relatos-retrata-sacis-pelo-brasil/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2017/02/07/coletanea-de-contos-e-relatos-retrata-sacis-pelo-brasil/#respond Tue, 07 Feb 2017 11:00:22 +0000 https://brasil.blogfolha.uol.com.br/files/2017/02/img_1968-180x133.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=3227 POR LIVIA MARRA, DE SÃO PAULO

O Saci que antigamente roubava o dedal da costureira, hoje some com o sinal do 4G. Aquele que dava tranças nas crinas dos cavalos, agora embola o fio do fone de ouvido.

Um dos principais representantes do folclore brasileiro, o Saci se modernizou. E, ao longo dos anos, ganhou formas além do negrinho de uma perna só e carapuça vermelha. Também pode ser bonzinho, malvado, tranquilo, agitado, além de aparecer em histórias para crianças ou para adultos.

Essas facetas estão em contos, causos e ilustrações coletados pelo jornalista Andriolli de Brites da Costa, 27, e reunidos em “Saci Pererê – 100 anos do Inquérito”, uma revista digital gratuita, publicada por ele em janeiro.

A ideia era homenagear Monteiro Lobato, que difundiu o personagem com o “Sítio do Pica-Pau Amarelo”.

Em janeiro de 1917, o escritor lançou uma pesquisa no jornal “O Estado de S.Paulo” e pediu que os leitores enviassem relatos de encontros com o saci ou histórias que ouviam na família. O resultado surpreendeu e, no ano seguinte, os depoimentos deram origem ao livro “O Sacy-Perêrê: Resultado de um Inquérito”.

“Eu não quis deixar a data passar e quis fazer uma homenagem. Teve gente que colaborou com escultura, teve gente que já tinha uma arte e ofereceu, gente que escreveu um poema. Eu juntei com o material que já tinha sobre sacis e dividi [a revista] em seções. Fiz um grande panorama e costurei com visões que as pessoas do Brasil inteiro têm do Saci. Teve colaboração do Maranhão, do Ceará, do Rio, de Mato Grosso do Sul, sacis muito diferentes uns dos outros”, afirma Costa, que também é responsável pela página Colecionador de Sacis.

O jornalista, cuja família é de Mato Grosso do Sul, afirma que ouvia dos avós e do pai causos sobre o personagem. “Tinha história de membros da família perseguidos por Saci, que tinham que andar com alho no bolso. Isso sempre me acompanhou de um jeito que eu achava que todo mundo conhecia [o folclore]. Mas, quando vi que não era assim, achei que precisava montar um canal para divulgar.”

ATUALIZAÇÃO DO MITO

Costa considera normal existir tantos sacis diferentes pelo Brasil. “Quando a história é oral e não fixada na escrita, ela não tem uma forma definida. Ela toma a forma do seu contador”, diz.

De maneira geral, o Saci é conhecido por suas travessuras. A lenda nasceu com os indígenas, que contavam a história de um curumim que protegia as florestas –não havia uma perna só ou cachimbo. No entanto, quando os escravos africanos chegaram ao Brasil, eles incorporaram o mito. O menino, então, virou o negrinho que conhecemos.

Mas, para Costa, essa atualização de mitos é fundamental. “Muitas vezes a gente pensa que o folclore é algo que deve ser preservado, no sentido de que aquilo se mantenha como era há 50, 80 anos. Mas isso não faz sentido porque se você preserva algo que não conversa com a sociedade aquilo vira teatro, piada”, afirma.

Segundo ele, o Saci levava dinamismo à vida pacata do caipira, por exemplo. Agora faz o mesmo nas metrópoles. “Ele vai perturbar, trazer variação na cidade também, com aquele empresário que sai todo dia para trabalhar, pega metrô. E não faz sentido agora a gente pensar no Saci sumindo com o dedal. Hoje o Saci dá nó no fone de ouvido. Você põe no bolso e ele enche de nós. É o Saci”, diz.

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Memórias sensoriais de historiador cego viram livro no interior de São Paulo https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2016/12/15/memorias-sensoriais-de-historiador-cego-viram-livro-no-interior-de-sp/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2016/12/15/memorias-sensoriais-de-historiador-cego-viram-livro-no-interior-de-sp/#respond Thu, 15 Dec 2016 11:00:06 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=3190 POR MARCELO TOLEDO, EM RIBEIRÃO PRETO

Ele enxergou metade do tempo que viveu. A outra metade, apenas sentiu. Mas não ter visto não o impediu de relatar a cidade, cujo passado ajudou a desvendar, em seus textos.

As memórias sensoriais do historiador francano José Chiachiri Filho (1945-2015), deficiente visual desde o início dos anos 80, foram transformadas em livro por sua família. Nos textos, descrevia locais como se neles estivesse, em geral com o objetivo de fazer com que as raízes francanas não se perdessem.

Afirmava que uma pessoa sem memória “não consegue saber nem onde está” e que uma “cidade que não conhece seu passado não consegue se desenvolver”. Chiachiri sofreu descolamento de retina aos 35 anos, quando era vice-prefeito da cidade.

O historiador José Chiachiri Filho, de Franca - Arquivo Pessoal
O historiador José Chiachiri Filho, de Franca (SP) – Arquivo Pessoal

A cegueira fez com que precisasse se adaptar, mas não perdeu o bom humor e fez aflorar ainda mais a sua memória. Tanto que era conhecido na cidade como uma espécie de “arquivo vivo”. Lia com a ajuda de softwares e sintetizadores de voz e produzia textos semanais para o jornal “Comércio da Franca”.

A ideia de publicar seus textos no livro “Crônicas Escolhidas” foi da professora de linguística Maria Angela de Freitas Chiachiri, viúva do historiador. Foram impressos mil exemplares, com 85 crônicas que tratam das memórias de amigos e família, na primeira parte, da identidade francana, na segunda, e da história da cidade, na última.

“Ele fala sobre as figuras folclóricas da cidade e seus personagens, além de contar a história da cidade de um jeito leve”, disse o advogado José Chiachiri Neto, filho do escritor. Parte da renda será encaminhada à associação dos cegos da cidade.

Chiachiri é autor dos livros “Do Sertão do Rio Pardo à Vila Franca do Imperador” (1986) e “Entrantes no Sertão do Rio Pardo” (1991) e investigou documentos em centros de pesquisa em São Paulo e Minas Gerais para desvendar a história da cidade no início do século 19.

Fundou o Arquivo Histórico de Franca, que dirigiu por oito anos, até a década passada. Morreu em 2015, aos 70 anos.

‘Visões do Invisível’
“A cegueira, prezado leitor, não é uma tragédia total. Como já disse em outras oportunidades, ela tem também as suas vantagens. Eu, por exemplo, construo o meu mundo e a minha cidade do jeito que quiser. Não perdi minhas referências. Os símbolos da minha terra permanecem vivos e intactos em minha memória. A fúria iconoclasta, a cobiça dos especuladores imobiliários, a insensibilidade daqueles que em nome do progresso e em defesa da mediocridade destroem os nossos monumentos artísticos e arquitetônicos para darem lugar a estacionamentos de automóveis ou templos consagrados ao dinheiro, não me afetam.” (extraída do livro)

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“Os Sertões”, e as 20 melhores frases https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2014/05/26/os-sertoes-e-as-20-melhores-frases/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2014/05/26/os-sertoes-e-as-20-melhores-frases/#respond Mon, 26 May 2014 10:00:34 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=500 EDUARDO SCOLESE, COORDENADOR DA AGÊNCIA FOLHA

Ao reler com um lápis na mão o fantástico “Os Sertões”, grifei os melhores trechos escritos por Euclydes da Cunha (1866-1909).

Abaixo, a minha seleção, pela ordem encontrada nas páginas do livro:

1) “E o sertão é um paraíso…”

2) “E o sertão é um vale fértil. É um pomar vastíssimo, sem dono”

3) “O martírio do homem, ali [no sertão], é o reflexo da tortura maior, mais ampla, abrangendo a economia geral da Vida”

4) “A mestiçagem extremada é um retrocesso”

5) “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral”

6) “[O jagunço] procura o adversário com o propósito firme de o destruir, seja como for”

7) “A seca é inevitável”

8) “Antônio Conselheiro foi um gnóstico bronco”

9) “O jagunço, saqueador de cidades, sucedeu ao garimpeiro, saqueador da terra. O mandão político substituiu o capangueiro decaído”

10) “Imaginemos que dentro do arcabouço titânico do vaqueiro estale, de súbito, a vibratibilidade incomparável do bandeirante. Teremos o jagunço”

11) “[As caatingas] armam-se para o combate; agridem. Traçam-se, impenetráveis, ante o forasteiro, mas abrem-se em trilhas multívias, para o matuto que ali nasceu e cresceu”

12) Sobre a presença invisível dos jagunços: “À noite circularam-no. A tropa adormeceu sob a guarda terrível do inimigo”

13) “O jagunço, brutal e entroncado, diluía-se em duende intangível”

14) “Decapitaram-nos. Queimaram os corpos. Alinharam depois, mas duas bordas da estrada, as cabeças, regularmente espaçadas, fronteando-se, faces volvidas para o caminho”

15) “Era um fuzilamento em massa…”

16) “Um ou outro soldado, indisciplinadamente, revidava, disparando à toa, a arma, para os ares. Os demais, sucumbidos de fadigas, caídos sobre os fardos por ali esparsos a esmo, estirados sobre o chão duro, quedavam-se inúteis abraçando as espingardas…”

17) “O sertanejo defendia o lar invadido, nada mais”

18) “Aqueles homens que chegavam dilacerados pelas garras do jagunço e pelos espinhos da terra, era o vigor de um povo posto à prova do ferro, à prova do fogo e à prova da fome”

19) “O sertão é o homizio. Quem lhe rompe as trilhas, ao divisar à beira da estrada a cruz sobre a cova do assassinato, não indaga do crime. Tira o chapéu, e passa”

20) “Canudos não se rendeu”

E aí? Gostaram da minha seleção? Qual trecho esqueci?

Reprodução de antiga capa de "Os Sertões"
Reprodução de antiga capa da obra “Os Sertões”

 

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Bem-vindos! Vamos viajar pelo Brasil! https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2014/04/23/bem-vindos-vamos-viajar-pelo-brasil/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2014/04/23/bem-vindos-vamos-viajar-pelo-brasil/#respond Thu, 24 Apr 2014 01:51:16 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=27 A partir de hoje, nesta página, a Folha contará histórias diversas do país, desde a trajetória curiosa de alguma pessoa até a rotina distinta de um município.

Haverá espaço, por exemplo, para o relato de uma viagem a um determinado Estado, uma visita a um bairro de capital ou a impressão a respeito da leitura de um livro amarelado localizado no fundo de uma prateleira de sebo.

Produzido pela “Agência Folha”, equipe de jornalistas dedicada à cobertura nacional, o blog também terá uma dinâmica diferenciada ao longo da próxima campanha eleitoral.

Os repórteres responsáveis pela produção do blog estarão na cola dos candidatos, tanto em disputas estaduais como na corrida ao Planalto.

Eles poderão contar aos leitores os bastidores dessas viagens ao interior do país, desde a montagem de um palanque, a mobilização dos cabos eleitorais, a palavra de um morador e a visita a um determinado vilarejo da região.

Amigas e amigos leitores, sejam bem-vindos a essa viagem pelo Brasil!

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Estrada que liga os municípios de Pedro Laurentino e Socorro do Piauí
Foto de Eduardo Scolese – Agosto.2008/Folhapress
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