Brasil https://brasil.blogfolha.uol.com.br Histórias e personagens pelo país afora Thu, 28 Oct 2021 12:12:47 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Hospital de Barretos cria oficina para fabricar prótese para paciente de câncer https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2018/08/23/hospital-de-barretos-cria-oficina-para-fabricar-protese-para-paciente-de-cancer/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2018/08/23/hospital-de-barretos-cria-oficina-para-fabricar-protese-para-paciente-de-cancer/#respond Thu, 23 Aug 2018 10:15:16 +0000 https://brasil.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/BARRETOS-320x213.jpg https://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=3674 Marcelo Toledo
RIBEIRÃO PRETO

Referência no tratamento de câncer no país, o Hospital de Amor –novo nome do Hospital de Câncer de Barretos– inaugurou uma oficina ortopédica para produzir próteses e órteses para pacientes amputados em decorrência da doença. As principais amputações ocorrem em crianças.

Em média, o hospital tem uma cirurgia de amputação por semana devido a sequelas ocasionadas pelo câncer e pretende produzir ao menos uma prótese por dia.

O médico Daniel Marconi, 36, coordenador do departamento de radioterapia do hospital, disse que o núcleo, aberto na última sexta (17), torna o hospital o primeiro oncológico do país a ter um setor específico para fabricar próteses e que todos os pacientes são candidatos a passar por algum tipo de reabilitação.

“Com o aumento da taxa de cura e melhorias do tratamento, cada vez mais há pacientes sobrevivendo, mas as condições em que eles são liberados à sociedade ainda não são as adequadas. O hospital oncológico acaba não fazendo devidamente a reabilitação que deveria fazer antes de devolver o paciente à sociedade.”

Por isso, conforme o médico, o objetivo é que o paciente deixe o hospital não só curado, mas também reabilitado. A oficina é uma extensão do projeto Bella Vita, de reabilitação e assistência, que inclui sessões de equoterapia e terapia robótica.

Segundo ele, a maioria das amputações ocorrem em crianças, que têm diagnóstico de um tumor que atinge os ossos. “Como estamos num país mais pobre, em que o diagnóstico demora, muitas vezes o caso chega em estágio avançado.”

O radioterapeuta nasceu com uma deficiência física no pé, o que o obriga a utilizar uma prótese e que também o motivou a trabalhar com as pessoas carentes que são atendidas no hospital.

“Eu só soube na faculdade que poderia usar uma meia de silicone que custa R$ 20 e não me causaria problemas com a prótese. Imagine as pessoas que não têm acesso a esse tipo de informação. A ideia é, também, levar informação a elas.”

As próteses para amputados devido a algum tipo de câncer em geral são as mesmas usadas pelas pessoas que sofreram amputação por causa de acidente.

Mas há diferenças a serem observadas, segundo Marconi. “Parte dos pacientes é imunossuprimida e o surgimento de escaras e feridas é mais preocupante. Além disso, muitas vezes a protetização é mais tardia quando comparada a outros pacientes, pois o tratamento oncológico eventualmente posterga esse processo.”

QUEDA

O médico disse que a evolução dos tratamentos ao longo dos anos tem diminuído a necessidade de amputação mas, desde o início, o paciente é informado da possibilidade de que isso ocorra.

“Os objetivos do tratamento oncológico são, em primeiro lugar, a vida do paciente e, secundariamente, a manutenção de um membro minimamente funcional ou com preservação estética.”

O hospital tem um indicador de preservação de membros de 71%, o que significa que os outros pacientes já chegam para tratamento sem perspectiva da cirurgia preservadora.

“O fornecimento de próteses e órteses por convênios médicos não é obrigatório. Assim, na grande maioria das vezes, o paciente fica desassistido”, afirmou.

Equipamentos que poderão ser produzidos na oficina inaugurada no hospital de Barretos (Divulgação)

LÍDER EM PESQUISAS

Além de inaugurar a oficina de próteses, o hospital recebeu em julho a informação de que lidera um ranking de pesquisa na área da saúde na América Latina.

O levantamento, feito pelo Scimago Institutions Rankings, coloca o hospital de Barretos à frente de instituições como Fundação Oswaldo Cruz e Instituto Butantã.

O ranking contempla os resultados em impacto social, pesquisa e inovação num período de cinco anos. Foram classificadas 5.637 instituições, das quais 903 do setor de saúde.

Na América Latina, 33 centros de saúde foram avaliados, 11 deles no Brasil. Considerando-se todos os setores, o hospital ficou na oitava colocação. O investimento anual em pesquisa é de R$ 10 milhões.

“[O ranking] É um termômetro que permite comparar nossa instituição não só com outras, mas também com nós próprios ao longo do tempo. Isso é o mais importante”, disse o médico Rui Reis, diretor-executivo e científico do instituto de ensino e pesquisa do hospital.

Ele afirmou que tem apostado em parcerias com startups e que as pesquisas não podem deixar de ter investimentos. “É uma área que não pode ter períodos de seca. Teríamos de voltar atrás e começar tudo de novo.”

O Hospital de Amor foi fundado há 56 anos e faz em média 6.000 atendimentos diários, todos gratuitos. Além da primeira unidade, em Barretos, há outros dois hospitais, em Jales (SP) e Porto Velho (RO), para tratar pacientes que já têm a doença.

A rede conta ainda com institutos de prevenção para exames de diagnóstico precoce em nove cidades de cinco estados.

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Primeiro brasileiro vacinado contra a dengue teve mais de 400 amigos infectados https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2016/08/03/primeiro-vacinado-contra-a-dengue-no-parana-teve-mais-de-400-amigos-infectados/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2016/08/03/primeiro-vacinado-contra-a-dengue-no-parana-teve-mais-de-400-amigos-infectados/#respond Wed, 03 Aug 2016 11:00:25 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=3023
ESTELITA HASS CARAZZAI
ENVIADA ESPECIAL A PARANAGUÁ (PR)

 

O paranaense Wallace Domingues, 35, perdeu a conta de quantos amigos tiveram dengue no último ano. “Ih, mais de 400”, afirma. Irmã, pai e cunhado foram infectados. Um de seus melhores amigos morreu pela doença.

Primeiro brasileiro vacinado contra a dengue, o próprio Domingues pegou o vírus duas vezes. “É uma dor de cabeça tremenda. Parece que não vai passar nunca”, diz. “E da segunda vez, é pior”.

O pintor industrial Wallace Domingues, 35, exibe sua carteira de vacinação. Ele foi o primeiro brasileiro vacinado contra a dengue em Paranaguá (PR) - Foto: Estelita Hass Carazzai
O pintor industrial Wallace Domingues, 35, exibe sua carteira de vacinação. Ele foi o primeiro brasileiro vacinado contra a dengue em Paranaguá (PR) – Foto: Estelita Hass Carazzai
 Morador de Paranaguá, cidade portuária no litoral do Paraná, ele inaugurou no último dia 26 a primeira campanha de vacinação pública contra a dengue no Brasil.
Serão aplicadas 500 mil doses, em 30 municípios do Paraná. Paranaguá teve uma das piores epidemias da sua história. Pelo menos 10% da população teve dengue, e 29 pessoas morreram.

“Foi a combinação perfeita para o mosquito: calor, chuva e umidade”, diz o prefeito Edison Kersten (PMDB), que também é médico.

 

Em Paranaguá, em três dias, o Aedes aegypti completava seu ciclo de vida, de ovo a inseto –normalmente, leva dez.

Um centro de emergência contra a doença foi montado. No pico da epidemia, mais de 1.500 pessoas eram atendidas por dia.

Paranaguá foi escolhida para o início da campanha de vacinação. Devido ao grau de incidência da doença, serão atendidas pessoas entre 9 e 44 anos –na maior parte das cidades, a vacina é restrita ao público entre 15 e 27 anos.

“[A vacina] é uma vitória muito grande. Mas a população também tem que botar a mão na cabeça e combater o mosquito”, diz Domingues.

Ele integra um grupo de voluntários que faz a limpeza da cidade e o combate aos focos de dengue. “Se não tiver consciência, não adianta”.

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