Brasil https://brasil.blogfolha.uol.com.br Histórias e personagens pelo país afora Thu, 28 Oct 2021 12:12:47 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Cidade baiana guarda memória de Lamarca, 50 anos após sua morte na Ditadura Militar https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2021/09/17/cidade-baiana-guarda-memoria-de-lamarca-50-anos-apos-sua-morte-na-ditadura-militar/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2021/09/17/cidade-baiana-guarda-memoria-de-lamarca-50-anos-apos-sua-morte-na-ditadura-militar/#respond Fri, 17 Sep 2021 15:17:24 +0000 https://brasil.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/lamarca-320x213.jpg https://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=4171 Geovana Oliveira
Salvador
Brotas de Macaúbas e Ipupiara são pequenas cidades, separadas por 31 km, no sertão da Bahia. Com cerca de 10 mil habitantes cada, elas estão unidas por uma mesma história durante a Ditadura Militar (1964-1985).

Nesta região, há exatos 50 anos, uma operação matou Carlos Lamarca (1937-1971), capitão que havia desertado do Exército em 1969 e uma das principais figuras da luta armada contra a Ditadura Militar.

Monumento em homenagem a Carlos Lamarca e Zequinha Barreto em Ipupiara (BA) – Jonathan Martins/Divulgação

Meio século depois, Olderico Campos Barreto, 73, conta que ainda recebe pedidos de visita ao local onde tudo aconteceu. Ele é irmão de José Campos Barreto, mais conhecido como Zequinha —companheiro de Lamarca que foi assassinado junto a ele, enquanto descansavam embaixo de uma árvore no dia 17 de setembro de 1971.

“Às vezes me procuram muito, porque a gente tem essa história toda na mão e, ao levar no local onde as coisas aconteceram, a gente percebe que as pessoas se sensibilizam. Ver as marcas deixadas pela ditadura é uma coisa que sensibiliza muita gente”, diz.

Olderico ainda lembra com clareza da operação que aconteceu em 71. “Acho que é mais fácil esquecer o meu nome do que esquecer uma invasão desse tipo na nossa casa. Foi uma bomba”.

Sua casa, no povoado de Buriti Cristalino, foi invadida na manhã de 28 de agosto daquele ano, quando os policiais mataram seu irmão mais novo, de 20 anos, Otoniel Campos Barreto e o professor Luiz Antônio Santa Bárbara. Olderico foi preso e torturado, assim como seu pai, José de Araújo Barreto.

“O terror que ficou na população é uma coisa bem sentida até hoje. Voltei em 88 pra cá. Uma mulher me disse que até hoje quando ela ouve o barulho de helicóptero ainda tem uma diarreia e o povo todinho disse a mesma coisa, ela sintetizou o sentimento do grupo”, conta.

Estátua com Lamarca e Zequinha relembra assassinato, em imagem de 2017 – Divulgação

No último dia 28, Olderico levou dois casais da região de Iraquara, também na Chapada Diamantina, para conhecer Ipupiara.

A operação marcou tanto a população da pequena cidade, que hoje ela guarda um monumento em homenagem a Zequinha e à Lamarca. A estátua, uma imagem de Zequinha carregando no ombro o amigo ferido, fica no povoado de Pintadas, onde morreram. No mesmo local, um Memorial dos Mártires celebra os guerrilheiros.

Erguido em 2010, o memorial foi idealizado pelo bispo da Diocese de Barra, Dom Frei Luiz Cappio. “Um fato tão importante quanto esse, de dois homens serem mortos por causa dos seus ideais de liberdade, não poderia ficar esquecido”, afirma.

Com isso, a ciocese realiza missas aos mártires todo dia 17 de setembro. Nesta sexta-feira (17), duas missas vão ser celebradas — uma em Ipupiara e outra em Buriti, cidade de nascimento de Zequinha.

A data também é feriado municipal tanto em Brotas de Macaúbas, quanto em Ipupiara. Praças e ruas foram nomeadas em homenagem aos guerrilheiros, e as escolas chegam a promover excursões de alunos ao Memorial.

O momento, no entanto, continua sendo mais celebrado pelos adultos que ainda recordam da época. “Os jovens que vão levados pelas escolas têm o conhecimento, mas não sinto a vibração ou o desejo libertário como nos nossos tempos, é tudo mais tranquilo, infelizmente”, diz o bispo Dom Luiz Cappio.

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Polo da fé, Trindade terá investimento de R$ 100 mi e busca ‘fixar’ turistas https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2019/11/28/polo-da-fe-trindade-tera-investimento-de-r-100-mi-e-busca-fixar-turistas/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2019/11/28/polo-da-fe-trindade-tera-investimento-de-r-100-mi-e-busca-fixar-turistas/#respond Thu, 28 Nov 2019 10:26:28 +0000 https://brasil.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/WhatsApp-Image-2019-11-26-at-18.25.57-320x213.jpeg https://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=4003 Marcelo Toledo

RIBEIRÃO PRETO   Cidade com vocação para o turismo religioso desde antes de sua emancipação, Trindade (GO) ganhou novos hotéis e condomínios e vai receber mais de R$ 100 milhões em investimentos com o objetivo de “fixar” os turistas que se deslocam à basílica do Divino Pai Eterno.

Além de um novo santuário, em construção desde 2012 –obra que deve ficar pronta na próxima década–, Trindade recebeu nos últimos anos dois novos hotéis, quase 2.000 chácaras em seis condomínios e viu um parque aquático com águas aquecidas entrar em operação, num mercado que cresce de olho nas 4 milhões de pessoas que a visitam anualmente.

Do total, cerca de 3 milhões participam da romaria do Divino Pai Eterno, dez dias de festa que incluem o primeiro domingo de julho em todos os anos. Só que essas pessoas, em sua maioria, visitam a cidade apenas rapidamente, e o objetivo de empresários ligados ao turismo e investidores é fazer com que esses turistas passem mais tempo no município.

No novo santuário, a previsão é que até o final do ano que vem os pilares estejam em fase avançada, segundo dados da Afipe (Associação Filhos do Pai Eterno). Ela terá o que, por enquanto, será o maior sino do mundo –com peso de 55 toneladas, tem 4 m de altura e 4,5 m de diâmetro e foi produzido em Cracóvia (Polônia).

A cidade tem hoje 83 hotéis e pousadas em funcionamento, de acordo com a Agência Municipal de Turismo, e foco, claro, na vocação religiosa. Além do santuário, entre as atrações estão o Portal da Fé, a Igreja Matriz e a Rodovia dos Romeiros.

Foi com esse apelo religioso que surgiram nos últimos quatro anos seis condomínios com cerca de 2.000 chácaras e que levam nomes como Monte Sinai, Canaã, Galiléia e Monte das Oliveiras. Eles são vizinhos do Arca Parque –os nomes não são mera coincidência.

Uma parceria entre duas empresas agora busca expandir o complexo de chácaras com mais de R$ 100 milhões de investimento em três anos, valor que contempla dez novas atrações no parque aquático e um resort com 250 apartamentos.

O resort vai operar no esquema de multipropriedade –o dono do apartamento o utiliza algumas datas no ano, faz troca com outros hotéis do grupo gestor no país ou o deixa no pool para locação.

Gustavo Rezende, CEO do GR Group, um dos parceiros, disse apostar que o dólar nas alturas fará com que os turistas optem pelo turismo interno e, também, invistam com a queda na taxa Selic.

“Tivemos êxito em outros empreendimentos nos piores momentos, em anos péssimos na economia. A aprovação da lei de multipropriedade [em 2018] também incentiva a pessoa a investir. E lazer é algo que as pessoas têm buscado cada vez mais”, disse.

O parque aquático deve receber 100 mil pessoas neste ano, volume pequeno se comparado a Olímpia (SP), por exemplo, em que só um dos parques da cidade recebe 2 milhões de visitantes por ano, mas a meta em Trindade é chegar a 350 mil pessoas em três anos, segundo Rezende.

ORIGENS

Antiga Barro Preto, Trindade tornou-se um centro religioso ainda em meados do século 19, quando Constantino e Ana Rosa Xavier encontraram um medalhão de barro que representava a Santíssima Trindade coroando a Virgem Maria enquanto roçavam o pasto, ao lado de um córrego.

A partir de então, Constantino e alguns familiares passaram a rezar o terço com o medalhão. Da reza surgiu uma capela coberta com folhas de buriti e, depois, outra.

Já em 1920, quando Trindade foi emancipada politicamente, a devoção ao Pai Eterno atraía multidões, que se deslocavam em romarias a cavalo ou em carros de boi.

“Trindade é uma capital da fé, hoje no Brasil atrás apenas de Aparecida, e precisamos atender esse público. Não é voltado para católico ou evangélico, mas queremos ter esse tema religioso por acreditarmos que assim será diferente. Muita gente faz bate e volta ou vai a Caldas Novas. A ideia é que eles fiquem em Trindade mais alguns dias”, afirmou José Roberto Nunes, CEO da Planalto Invest, a outra empresa que está investindo na cidade.

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Em 3º livro sobre Chico Xavier, escritor detalha episódios da vida do médium https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2018/11/08/em-3o-livro-sobre-chico-xavier-escritor-detalha-episodios-da-vida-do-medium/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2018/11/08/em-3o-livro-sobre-chico-xavier-escritor-detalha-episodios-da-vida-do-medium/#respond Thu, 08 Nov 2018 11:00:57 +0000 https://brasil.blogfolha.uol.com.br/files/2018/11/Saulo-Gomes-Chico-Xavier-e-Equipe-TV-Tupi-1968-320x213.jpg https://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=3748 Marcelo Toledo

RIBEIRÃO PRETO  O médium mineiro Chico Xavier (1910-2002) poderia ter sido um fazendeiro. Até foi, mas por apenas alguns segundos. Também poderia usar relógios caros que ganhou, mas não ficava com nada e destinava tudo o que recebia para as ações sociais que marcaram sua trajetória.

Cinquenta anos após ter entrevistado pela primeira vez o médium, o jornalista e escritor Saulo Gomes, 90, lançou “Nosso Chico” (ed. Intervidas), livro de 296 páginas que revela ou detalha casos envolvendo Chico.

Mas, passados 16 anos da morte do médium e depois de tudo o que já se foi falado dele, ainda há grandes novidades sobre a vida do principal ícone do espiritismo no país? Para Saulo, sim.

“Fui guardando material e o livro tem a transcrição de certidões de cartório e documentos escritos por bispos católicos agradecendo a doação de uma área em Goiás, onde hoje está erguida uma obra social para auxiliar crianças pobres”, afirmou o escritor.

Esse episódio se passa em 1975. Uma rica proprietária rural goiana doou ao médium uma fazenda, como agradecimento. Ele, porém, ficou com a propriedade por apenas alguns segundos.

“Do jeito que recebeu a fazenda ele doou, imediatamente. No ato. A propriedade rural foi uma das coisas valiosas que ele ganhou e não utilizou. Ganhou relógio de ouro de presente, ternos de tecidos finos, mas ele não ficava com nada, sempre destinava a algo que pudesse resultar em atendimento a quem precisava”, disse.

Segundo ele, há documentos que eram desconhecidos de familiares de Chico ou espíritas históricos no livro, resultado de uma convivência de mais de 30 anos com o médium e que foi lançado nesta quarta-feira (7) num shopping de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).

A obra também relata uma campanha feita para um hospital de Uberaba e seus desdobramentos, que incluíram o recebimento, pelo jornalista, de uma mensagem de Chico atribuída ao espírito Emmanuel, a quem o médium imputa a autoria de parte de suas obras.

Além de revisitar a primeira entrevista com o líder espírita mais popular do país, a obra completa uma trilogia que já teve “Pinga-Fogo” (2009) e “As Mães de Chico Xavier” (2011).

TRAJETÓRIA

Saulo tem 62 anos de atividades jornalísticas e, em 1968, conseguiu fazer com que o espírita rompesse um silêncio que já durava quase duas décadas e meia.

Desde 1944 Chico não concedia entrevistas, depois da repercussão da reportagem feita por Davi Nasser e Jean Manzon para a revista “O Cruzeiro”, que questionava a sua mediunidade e o mostrava ingênuo.

Em 1971, convenceu-o a ir ao “Pinga-Fogo”, programa de entrevistas da TV Tupi e que quase quatro décadas depois resultou no livro homônimo.

“Chico tinha o hábito de se referir a mim como ‘nosso Saulo’, pela amizade, e resolvi retribuir com ‘Nosso Chico’. Poucas vezes um repórter tem a chance de comemorar bodas de ouro de sua reportagem. Sendo com Chico, é muitíssimo especial”, afirmou, ao ser questionado sobre o título do livro.

Saulo disse que o segredo para manter acesa a chama literária aos 90 anos é ler muito, “o dia inteiro”. “Ler muito o dia inteiro, todo dia, sobre tudo quanto é assunto”, afirmou ele, que também é presidente da Abap (Associação Brasileira de Anistiados Políticos).

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Capital da PB vai revogar leis de ‘salário-esposa’ e carneiro em cemitério https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2017/06/29/capital-da-pb-vai-revogar-leis-de-salario-esposa-e-carneiro-em-cemiterio/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2017/06/29/capital-da-pb-vai-revogar-leis-de-salario-esposa-e-carneiro-em-cemiterio/#respond Thu, 29 Jun 2017 12:00:54 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=3356 JOÃO PEDRO PITOMBO
DE SALVADOR

É servidor público municipal de João Pessoa e casado? Com base na lei 198, promulgada em 25 de outubro de 1954, você pode reivindicar o direito de incorporar aos seus vencimentos o salário-esposa.

O problema estaria em como receber o benefício, já que o artigo número 2 da lei o fixa em 150 cruzeiros, moeda que deixou de circular em 1986.

Pelo mesmo problema passaria o cidadão que, com base na lei 49/1949, quiser comprar pão a preço tabelado na capital paraibana. O preço? Apenas 7 cruzeiros cada um.

Essas são apenas duas das cerca de 13 mil leis que estão em vigor no município de João Pessoa e que passarão pelo escrutínio da Comissão Especial para Revisão de Leis em Desuso da Câmara Municipal de João Pessoa.

O objetivo é revogar leis que perderam o sentido por terem se tornado anacrônicas ou inconstitucionais a partir da Constituição Federal de 1988.

A comissão também se debruçará sobre leis que já atingiram o objetivo para que os quais foram criadas, como as leis orçamentárias. E ainda atuará para revogar leis que podem ser consolidadas em um único projeto.

 

Comissão Especial para Revisão de Leis em Desuso da Câmara Municipal de João Pessoa

“Podemos unificar, por exemplo, as normas que dizem respeito às pessoas com deficiência. É mais fácil para o beneficiário consultar um só diploma do que vários”, afirma o presidente da Comissão, vereador Lucas de Britto (PSL).

O “revogaço” também vai extinguir leis que beiram o absurdo aos olhos de hoje. Além do “salário-esposa” (que diga-se, valia apenas para servidores homens) e do pão tabelado em moeda que não existe, outras pérolas estão na mira dos vereadores.

É o caso da lei promulgada pelo prefeito Apolônio Sales em 1957 que permitiu a doação de um carneiro ao cemitério Senhor da Boa Sentença. Elevado à condição de “servidor público”, o animal deveria comer a grama entre os túmulos, transformando o local em seu pasto particular.

Outra lei, também dos anos 1950, mostrava que o mosquito Aedes aegypti estava longe de ser a principal praga que preocupava os pessoenses na época: a lei estabelecia a criação de um serviço volante do combate às formigas na capital.

Apesar de fazerem parte do arcabouço legal do município, explica Britto, parte das leis já não possuem efeito prático por serem inconstitucionais.

“Um servidor poderia até solicitar o salário-esposa ou um cidadão pleitear comprar pão a preço tabelado, mas certamente não seriam atendidos”, diz.

A expectativa é que cerca de mil leis sejam extintas pela Câmara Municipal. A comissão deve encerrar os trabalhos em julho.

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Colecionador, perito da PF comprou até quadro para laudo da Lava Jato https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2017/06/22/colecionador-perito-da-pf-comprou-ate-quadro-para-laudo-da-lava-jato/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2017/06/22/colecionador-perito-da-pf-comprou-ate-quadro-para-laudo-da-lava-jato/#respond Thu, 22 Jun 2017 13:14:05 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=3351 ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA

É fácil identificar a sala do perito Marco Antonio de Geus, na sede da Polícia Federal em Curitiba: é só procurar por uma pintura em cima de um cavalete, logo atrás da mesa de trabalho.

Engenheiro mecânico por formação, Geus já foi dono de um antiquário e tem quase 150 obras de arte espalhadas por sua casa. Há pouco mais de um ano, passou a ser referência na análise das obras apreendidas na Operação Lava Jato, usadas para lavagem de dinheiro.

É ele quem assina o laudo que, pela primeira vez, identifica a autoria e a autenticidade de uma tela apreendida na Lava Jato –e que é considerado um marco na perícia brasileira.

O perito de 57 anos, nascido na cidade paranaense de Castro, frequenta leilões e galerias de arte por prazer.

Perito Marco Antonio de Geus com o quadro do pintor americano Willard Leroy Metcalf, em sua sala na sede da Polícia Federal em Curitiba – Foto: Estelita Hass Carazzai

No último ano, pelo menos uma de suas telas, porém, foi comprada por “ossos de ofício”: um quadro do pintor Sergio Telles. Geus desembolsou R$ 1.500 pela peça, usada para a confecção de um novo laudo sobre uma tela do artista, apreendida na Lava Jato. O quadro serve como referência para comparar as tintas e o estilo do pintor.

“Tem quadros que você vê que não tem o traço do artista e estão vendendo como se fosse. É abusar da credulidade das pessoas”, comenta.

Tela “Para Guignard”, do artista mineiro Fernando Lucchesi, apreendida pela Lava Jato – Foto: Reprodução

Colecionador experiente, até mesmo Geus já comprou gato por lebre. A tela atrás de seu computador tem a assinatura do pintor paranaense Theodoro De Bona –mas é falsa.

O perito descobriu a farsa logo que começou a testar as primeiras tecnologias para identificar a autoria dos quadros da Lava Jato. Levou a obra para uma experiência com luz ultravioleta, e conseguiu ler os detalhes encobertos de uma etiqueta, nos fundos da tela.

A pintura era do impressionista americano Willard Leroy Metcalf, talvez até mais preciosa que um De Bona. Mas, com a assinatura falsa à frente, o quadro perde o valor.

Geus e a equipe de peritos da PF estão finalizando outros 30 laudos sobre obras de arte apreendidas na Lava Jato. Os documentos criam uma nova metodologia de avaliação de obras de arte, que irá servir para tipificar com mais precisão o crime de lavagem de dinheiro.

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Candidato inicia campanha com helicóptero e chuva de pétalas em Salvador https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2016/08/18/3054/ https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2016/08/18/3054/#respond Thu, 18 Aug 2016 12:00:27 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://brasil.blogfolha.uol.com.br/?p=3054 JOÃO PEDRO PITOMBO

DE SALVADOR

Mesmo com as restrições de financiamento de campanha nas eleições deste ano, o candidato a prefeito de Salvador Cláudio Silva (PP) não poupou recursos e resolveu inovar no início da campanha nesta terça-feira (16).

O candidato fez um ato em frente à prefeitura de Salvador que incluiu uma chuva de pétalas de rosas brancas lançadas do alto de helicóptero.

As pétalas foram lançadas sobre a prefeitura, no centro de Salvador, e sobre a sede dos outros seis partidos que disputam a eleição da capital baiana.

Cláudio Silva não quis revelar o custo do ato, mas a Folha apurou que apenas o sobrevoo custou R$ 2.500.

Não foi caro. Foi uma ação muito mais barata e útil do que imprimir santinhos e sujar a cidade”, afirmou.

Candidato a  prefeito de Salvador ostenta e incia campanha com helicóptero e chuva de pétalas - Marcus Leão/Divulgação
Candidato a prefeito de Salvador ostenta e incia campanha com helicóptero e chuva de pétalas – Marcus Leão/Divulgação

Segundo o candidato, seu objetivo foi mandar uma mensagem de paz: “Fizemos a corrente do bem que veio dos céus em forma de pétalas”.

Silva vai disputar a prefeitura com o apoio do vice-governador João Leão (PP), investigado na Operação Lava Jato, e do ex-prefeito João Henrique Carneiro (PR), de quem participou da gestão entre 2009 e 2012.

Carneiro tenta uma vaga de vereador, mas pode ser barrado pela lei da Ficha Limpa. Ele teve quatro contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas e pela Câmara de Vereadores.

Helicóptero com chuva de pétalas contratado por candidato a  prefeito de Salvador - Marcus Leão/Divulgação
Helicóptero com chuva de pétalas contratado por candidato a prefeito de Salvador Cláudio Silva (PP) – Marcus Leão/Divulgação

 

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